Racismo americano cresce na internet

As demonstrações de racismo contra os imigrantes latinos nos Estados Unidos alcançaram as principais páginas de vídeos da internet, com centenas de gravações que denunciam a «invasão ilegal» do país, informa o jornal «Folha de São Paulo».

Esses vídeos podem ser encontrados facilmente no Youtube e às centenas, denunciado aquilo que é apelidado de «a reconquista de antigos territórios iniciada pelos mexicanos em solo americano». A grande maioria das imagens material mostra autênticos monólogos em que se afirma, por exemplo, que «se os imigrantes não fossem contratados, os salários dos americanos subiriam».

Outros mostram acções das policia na fronteira sul do país, além de imagens das manifestações de trabalhadores latinos, que proliferaram em 2006 na maioria das cidades americanas, e outras imagens de protestos de grupos contra a imigração.

Para Mikehuntusa2, por exemplo, o problema da imigração é considerado uma guerra entre o México e os EUA. Diz-se racista não suporta que os imigrantes «se aproveitem dos Estados Unidos»- «Lembram-se do Tratado de Guadalupe Hidalgo?», continua o vídeo, que fala da vontade do México em recuperar antigos territórios, agora dentro das fronteiras americanas. O vídeo acusa, ainda, «os liberais e as amnistias dos anos 80» de serem os responsáveis pela actual situação.

Chega-se até a falar de uma «invasão comunista dos EUA a partir do México» e de uma «guerra dos imigrantes contra o país». Sov777, de Tucson, no Arizona, é elucidativo: «Estão aqui e acham que essa terra é sua. Se não nos levantarmos pelo que nos pertence, pelo que nossos antepassados pagaram com sangue, isso nos será tirado».

Al Qaeda e KKK

Chegando ainda mais longe, a organização The Watchdog, aborda a possibilidade dos mexicanos terem ligação à Al Qaeda. Em «The Aztec Al Qaeda» (A Al Qaeda azteca) os terroristas são ligados ao Movimiento Estudiantil Chicano de Aztlán (Mecha), com base em Denver, no Colorado.

A proliferação destes vídeos coincide com um ressurgimento de grupos racistas como o Ku Klux Klan, que, segundo um relatório da Liga Antidifamação, retomou as actividades com força e concentrando os seus ataques na comunidade latina, que já soma mais de 40 milhões de pessoas nos EUA.