Matou cão à fome em nome da arte - TVI

Matou cão à fome em nome da arte

  • Portugal Diário
  • 24 out 2007, 17:49

Artista na Costa Rica deixou cão morrer de fome para participar numa exposição

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Um artista costa-riquenho que expôs numa galeria um cão vadio faminto, preso por uma corda, que morreu de fome e sede durante a exposição, foi escolhido para representar o país na Bienal Centro-Americana Honduras 2008.

A «obra» apresentada por Guillermo Habacuc Vargas na Galeria Códice, em Manágua, na Nicarágua, a 16 de Agosto último, desencadeou a indignação de um grupo de cidadãos, que redigiu uma petição online contra a sua escolha como representante da Costa Rica num evento artístico tão importante.

«É inadmissível que se espezinhem desta forma os direitos dos animais e que o artista tenha tirado o cão da rua para deixá-lo morrer amarrado por uma corda à parede da galeria, quando teve a oportunidade de não o fazer e, inclusivamente, de salvá-lo», sustenta-se na petição, já assinada por mais de 72 mil pessoas.

«Nada podemos fazer por este cão, mas sim para que os organizadores da Bienal Centro-Americana Honduras 2008 não admitam este artista que maltrata animais. Peço-lhe que adira a este apelo e difunda o mais possível este vergonhoso acto, para recolher o máximo de assinaturas e vetar-lhe o acesso à Bienal», exortam os autores do texto.

O cão morreu no dia seguinte ao da inauguração, por falta de comida e água, indicou no seu blogue, «Analog», Rodrigo Peñalba, que publicou cinco fotografias do cão, tiradas no dia de abertura da exposição por Dalia Chevez, e um post sobre o assunto.

«Na inauguração - escreveu - soube que o cão foi perseguido durante a tarde entre as casas de alumínio e cartão de um bairro de Manágua com nome de santo, que Habacuc não soube precisar no momento. Cinco crianças que ajudaram na captura receberam uma bonificação de 10 córdobas pela sua colaboração».

Segundo o dono do blog, durante a exposição, «algumas pessoas pediram a libertação do cão, o que o artista recusou».

«O nome do animal era Natividad e deixaram-no morrer de fome à vista de todos, como se a morte de um pobre cão fosse um espetáculo mediático, em que ninguém faz mais do que aplaudir ou olhar desconcertadamente», criticou.
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