Afeganistão: Karzai disposto a aceitar uma segunda volta - TVI

Afeganistão: Karzai disposto a aceitar uma segunda volta

Hamid Karzai

Comissão Eleitoral Independente deverá anunciar resultados finais esta terça-feira

Relacionados
Hamid Karzai sugeriu que estará disposto a aceitar a realização de uma segunda volta eleitoral no Afeganistão. Apesar dos resultados preliminares do escrutínio realizado a 20 de Agosto lhe terem dado 54,6 por cento dos votos, os resultados da Comissão de Queixas Eleitorais (CQE), patrocinada pela ONU, indicam que a existência de fraudes tenha feito recuar esta vitória abaixo dos 50 por cento, o que obrigará a uma nova ronda. Falta saber se as recomendações da CQE irão ser acatadas pela Comissão Eleitoral Independente (CEI), que deverá anunciar esta terça-feira os resultados finais das eleições afegãs.

De acordo com a entidade norte-americana Democracy Internacional, o relatório que a CQE fez chegar à CEI pashtun aponta para uma correcção dos resultados preliminares, devido à existência de fraudes. O actual presidente, Hamid Karzai, terá baixado a sua votação para 48,3 por cento e o seu principal adversário, Abdullah Abdullah, apresentará uma subida de 28 para 31 por cento.

Este cenário, a verificar-se e a ser aceite pela CEI, obrigará, de acordo com a lei afegã, a uma segunda volta eleitoral. Esta possibilidade já foi admitida por Karzai esta semana, em reuniões privadas com representantes ocidentais, entre eles o senador norte-americano John Kerry, segundo indica a agência Reuters. O presidente afegão terá mostrado abertura em voltar a ir às urnas, mas não se terá comprometido com qualquer calendário, numa altura em que o rigoroso Inverno no país está a chegar e poderá ser um enorme obstáculo ao sucesso de um novo escrutínio.

A vantagem na primeira volta, mesmo com correcções, e o facto de Karzai pertencer à etnia pashtun, maioritária no Afeganistão, sugerem que o actual presidente não terá dificuldade em vencer num segunda ronda. Mas a confirmação de um elevado número de fraudes ensombrará a sua candidatura e, mais grave do que isso, ficará colada a uma provável nova presidência, numa altura em que a Casa Branca já sublinhou a necessidade de um governo afegão credível.

O presidente dos EUA, Barack Obama, tem insistido na necessidade de um executivo legítimo em Cabul para que a estratégia de pacificação do país tenha sucesso. Contudo, perante o impasse do processo, o secretário da Defesa, Robert Gates, disse esta segunda-feira que os EUA não podem estar à espera que os problemas políticos afegãos se resolvam para serem enviadas mais tropas para o país.
Continue a ler esta notícia

Relacionados