Erros judiciais condenam inocente a 17 anos de prisão - TVI

Erros judiciais condenam inocente a 17 anos de prisão

Homem inocente é libertado após 17 anos na prisão

Policias omitiram detalhes importantes à defesa. Homem já está em liberdade

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LaMonte Armstrong passou 17 anos na prisão pelo homicídio do melhor amigo da mãe. Na última sexta-feira viu novamente as ruas da Carolina do Norte, nos Estados Unidos da América, depois das autoridades terem descoberto vários erros policiais e judiciais que lhe devolveram a liberdade.

Armstrong, agora com 62 anos, foi condenado em 1995 pelo assassinato que alegadamente cometera em 1988, de Ernestine Compton, um ex-professor Universitário, da mesma localidade.

De acordo com o «Huffington Post», o juiz do Tribunal Superior da Carolina do Norte, Joe Turner, ordenou que LaMonte Armstrong saísse em liberdade depois de estar a cumprir uma pena de prisão perpétua.

A reviravolta no caso Armstrong, levou o próprio juiz a considerar que a libertação deste injustamente condenado era o mais perto que tinha experienciado «de saber que estava a fazer justiça na sua carreira».

Durante as investigações, surgiram impressões digitais de uma palma de mão na casa da vítima que supostamente seriam de Armstrong. Contudo havia um outro suspeito neste caso: Christopher Caviness. As impressões digitais seriam, afinal, deste novo suspeito, no entanto, a veracidade do seu envolvimento nunca foi apurada.

Uma incógnita que complicou o processo de Armstrong, no que diz respeito à sua inocência. Pouco tempo depois da morte que levou Armstrong à prisão, Christopher foi condenado pelo assassinato do pai, mas já em 2010 acabou por morrer num acidente de carro, logo após ter sido libertado. Um «percalço» que atrasou o processo de libertação de LaMonte Armstrong.

No entanto, a defesa nunca desistiu de provar os sucessivos erros judiciais nas investigações que denunciavam a inocência do arguido. De acordo com um documento apresentado pelos advogados de defesa, o caso de Armstrong é, sem dúvida, «um exemplo de uma má conduta por parte da polícia e do Ministério Público». Uma posição que acabou por ser partilhada pelo juiz do Tribunal Superior da Carolina do Norte.

Entre os vários erros detetados e para além das impressões digitais, também o testemunho de uma mulher que admitiu à polícia ter visto «outra pessoa e não Amstrong naquela zona» foi determinante para provar a inocência de Armstrong. Uma prova que nunca chegou a ser partilhada com os advogados de defesa.

Outra testemunha-chave era Charles Blackwell, um informante da polícia que modificou toda a história sobre o crime, antes do julgamento. De acordo com as várias cartas escritas por Charles, direcionadas às autoridades, Armstrong estava inocente. No entanto, a polícia manteve Charles afastado e declarou Armstrong como sendo sempre o principal suspeito, o que acabou por levar à sua condenação.

Já em liberdade, Armstrong afirmou que se sentia «perdido e com algum receio do desconhecido».
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