Moçambique: 26 feridos após confrontos com polícia na Beira - TVI

Moçambique: 26 feridos após confrontos com polícia na Beira

Moçambique (Reuters)

Autoridades lançam gás lacrimogénio para dispersar membros do MDM em campanha eleitoral

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Pelo menos 26 pessoas deram, este sábado, entrada no Hospital Central da Beira (HCB), vítimas de apedrejamento e inalação de gás lacrimogéneo, lançado pela polícia para dispersar uma multidão do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), disse este sábado à Lusa uma fonte médica.

Orlando Jamal, responsável pelo banco de socorro e porta-voz da HCB, não confirmou a existência de mortes e assegurou haver uma tendência para aumentarem as vítimas do incidente que opôs a polícia, população e partidários do MDM.

«Estão a dar entrada a cada minuto pessoas vítimas de apedrejamento e inalação de gás. Ainda não deram entrada corpos, mas ouvimos que ocorreram vítimas mortais no incidente», precisou Orlando Jamal, que descreveu como «estável» o estado dos feridos.

A polícia anti-motim lançou este sábado gás lacrimogéneo contra uma multidão do MDM, concentrada para um comício de Daviz Simango, presidente do partido e autarca da Beira, no bairro da Munhava, Sofala, centro de Moçambique, disseram à Lusa várias fontes.

«No exato momento em que entrava Daviz Simango, a Força de Intervenção Rápida (FIR) começou a lançar gás lacrimogéneo e a disparar. As pessoas fugiram em debandada e virou uma confusão», explicou à Lusa ao telefone um morador, enquanto se ouviam disparos no fundo.

«Está um caos. São muitas pessoas caídas e outras fugindo. Os tiros ainda não cessaram e duram quase há meia hora desde as 16:00 [14:00 de Lisboa]», descreveu Abel Castigo, residente da Munhava.

Observadores eleitorais escaparam a confrontos

Uma portuguesa e um angolano, observadores eleitorais às eleições municipais de 20 de novembro em Moçambique, escaparam ilesos de confrontos na Beira, que envolveram os partidos rivais Frelimo e MDM. Os confrontos antecederam a intervenção da polícia que lançou gás lacrimogéneo para um recinto apinhado de apoiantes da oposição.

Em declarações à Lusa, por telefone, Elisabete Azevedo-Hartman, observadora do Electoral Institute of Southern Africa (EISA) às eleições municipais moçambicanas de 20 de novembro, disse estar bem e apenas confirmou que esteve presente no recinto onde se realizaria o comício final do candidato do MDM, Daviz Simango, ao município da Beira.
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