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Oklahoma: português escapa a tornado

Luís Neves é investigador de engenharia biomédica e refugiou-se no campus universitário

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Os dois últimos dias têm sido muito agitados para o português Luís Neves, investigador na Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, porque os alertas de tornado têm-se repetido e há suspeitas de que outro esteja por horas.

Em conversa telefónica com a agência Lusa, Luís Neves contou que a zona onde reside, e na qual não conhece outros habitantes portugueses, não sofreu estragos, apesar de a cidade (Norman) se situar a 10 minutos do local onde se formou o tornado que na segunda-feira devastou algumas cidades do Oklahoma e matou, pelo menos, 24 pessoas.

«É sempre difícil prever onde é que o tornado vai passar, mas, felizmente, não tivemos qualquer dano», disse, admitindo que a televisão local está a avisar para um novo possível tornado, «para daqui a duas ou três horas».

Durante o dia de segunda-feira, os habitantes locais estiveram «sob alerta» e «as sirenes estiveram a tocar na cidade».

Assim que recebeu o alerta, Luís Neves, investigador de engenharia biomédica, refugiou-se no campus universitário, porque não tem um abrigo subterrâneo, como a maioria dos seus vizinhos.

Nestes casos, as autoridades aconselham que as pessoas se desloquem «para a divisão mais interior da casa, que não tenha janelas», mas Luís Neves preferiu abrigar-se «nos edifícios da universidade, que são mais resistentes».

«Ontem [segunda-feira] saí de casa à uma e meia da tarde, quando emitiram o alerta de possibilidade de tornado, que era válido até às 10 da noite. Quando cheguei à universidade, estavam a tocar as sirenes, o que significa que temos de nos abrigar imediatamente», referiu o investigador.

Pelo que sabe, não acredita haver portugueses entre as vítimas, que, de acordo com o último balanço, já estejam contabilizados 24 mortos e 230 feridos.

«Estou envolvido com uma associação de falantes de língua portuguesa e tenho conhecimento de que há muito poucos portugueses aqui na zona. Não conheço ninguém que resida nesta cidade», contou.

Segundo relatou, durante a passagem do tornado, a visibilidade era pouca, sendo apenas possível perceber o céu a ficar «muito escuro».

«Felizmente, não vi nada. A única coisa que vi foi o céu ficar muito escuro», relatou, acrescentando que «os carros passaram a ter as luzes acesas e a iluminação das ruas da cidade acendeu-se automaticamente».

O ambiente «ficou como se fosse de noite e depois voltou a ficar de dia, quando acaba», lembrou.

O investigador português reconheceu que têm «sido dois dias bastante agitados», devido ao tornado em Moore, na segunda-feira, mas também a outros registados no domingo, «entre os quais um que se formou no largo Thunderbirds, que fica a 10 minutos» de sua casa.

Ainda assim, Luís Neves explicou que lidar com estas situações de perigo é uma questão de hábito, até porque já passou por outros tornados nos sete anos que já habita em Oklahoma.

«Tivemos um tornado no ano passado que atingiu mesmo a cidade onde estou, já é habitual. Quando cheguei aqui era tudo novo, hoje em dia tenho uma aplicação no meu telefone que me alerta sempre que há perigo e existe muita informação. Mas é uma questão de sorte», concluiu.

Os ventos do tornado de segunda-feira atingiram os 320 quilómetros por hora, num diâmetro que as autoridades norte-americanas calculam em 3,2 quilómetros, e semearam a destruição num percurso de 12 quilómetros, entre Moore e Newcastle, nos arredores da cidade de Oklahoma.
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