Tragédia em cerimónia da IURD em Luanda já vai em 16 mortos - TVI

Tragédia em cerimónia da IURD em Luanda já vai em 16 mortos

Três crianças entre as vítimas. Estádio com capacidade para 70 mil pessoas terá ultrapassado as 250 mil

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Pelo menos dezasseis pessoas morreram e mais de cem ficaram gravemente feridas esta segunda-feira durante uma cerimónia religiosa da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), em Luanda. O primeiro balanço apontava para doze mortos.

Três dos falecidos são crianças (de três e quatro anos), que morreram por asfixia devido à presença de demasiadas pessoas no estádio da Cidadela Desportiva.

0 vice-presidente do conselho de igrejas da IURD, Bispo Felner Batalha, não encontra para já explicações para o sucedido na festa de celebração da passagem de ano. Admite, porém, que estariam demasiadas pessoas no recinto: «Não caiu nenhum anel, até porque o anel de cima está interditado, não foi usado pelos membros. A nossa expectativa era de termos nesta vigília 70 mil pessoas, essa expectativa foi de longe superada, porque após alguns dados, apesar de não serem os definitivos, estimamos que estiveram na vigília acima de 250 mil pessoas», disse à «Rádio de Angola».

Nove das vítimas morreram já no interior do Hospital Américo Boavida, uma no Hospital do Prenda e outras três, que receberam os primeiros socorros dos Serviços de Emergências Médicas, acabaram por morrer a caminho de unidades hospitalares. Outras três morreram no local da tragédia, escreve o «Jornal de Angola».

As pessoas surgiram no estádio vindas de todos os municípios de Luanda, transportadas em autocarros alugados pela Igreja Universal, causando o caos no trânsito. A autorização para a realização da cerimónica foi pedida no início de dezembro e estavam presentes no estádio os Serviços de Emergências Médicas, a Polícia Nacional, os Bombeiros e a Cruz Vermelha.

Devido à grande afluência, os portões foram abertos e quem não conseguisse lugar no estádio podia assistir à cerimónia no exterior através de dois ecrãs gigantes.

No entanto, uma parte da multidão forçou a entrada no recinto quando começaram a ser distribuídos sacos com «água benta». Cada pessoa retirava uma porção, mas com a confusão, os sacos ficaram destruídos e a água derramou, tornando o chão escorregadio e ainda mais perigosa a entrada, que já tem uma inclinação acentuada, relata o «Jornal de Angola». Rapidamente a situação tornou-se caótica, com pessoas a serem espezinhadas.

A mensagem de esperança que surgia no convite tinha acabao de se transformar num pesadelo: «Venha dar um fim a todos os problemas da sua vida ¿ doença, miséria, desemprego, inveja, problemas na família, separação, dívidas». Ainda assim, apesar da tragédia, a celebração continuou até à uma da madrugada de terça-feira.
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