Fome: reservas ao nível mais baixo em 30 anos - TVI

Fome: reservas ao nível mais baixo em 30 anos

Alimentos impróprimos para consumo

ONU lança alerta. Em causa aumento incessante dos preços dos alimentos no mercado mundial

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A directora do Programa Alimentar Mundial (PAM), Josette Sheeran, advertiu quinta-feira que as reservas de alimentos no mundo estão ao nível mais baixo dos últimos 30 anos devido ao aumento incessante dos preços no mercado mundial, noticia a Lusa.

Numa tele-conferência a partir da sede do Programa em Roma, Sheeran actualizou as graves consequências que a carestia dos alimentos está a causar nas populações mais vulneráveis do planeta.

«As reservas em muitos países encontram-se ao nível mais baixo dos últimos 30 anos, e, nalguns casos, dos últimos 60 anos, e em grande parte é porque se consome mais do que se produz», explicou o responsável do Programa.

O organismo da ONU viu-se obrigado, em Fevereiro, a solicitar 500 milhões de dólares de urgência à comunidade internacional por causa do buraco que o aumento dos preços causou no seu orçamento.

Sheeran assinalou que essa quebra foi de 750 milhões de dólares e previu que a verba venha provavelmente a aumentar, embora se desconheçam, por ora, as necessidades de assistência provocada por esta crise.

«Pensávamos que se tinha chegado a uma zona de calma mas vimos como em apenas cinco semanas o preço do arroz duplicou na Ásia», salientou. O Banco Mundial indicou recentemente que esta situação pode levar mais pobreza a cem milhões de pessoas nos países menos desenvolvidos do planeta.

Segundo a responsável do Programa Alimentar Mundial, a margem de manobra nas nações pobres que dependem da importação de alimentos é muito escassa. Advertiu que a ONU enfrenta «uma situação fluida» que se vai acelerando à medida que os preços dos produtos básicos como os cereais continuam a aumentar nos mercados mundiais.

Sheeran advogou que a principal solução para a actual crise, que há dois dias qualificou de «um tsunami silencioso», é um aumento da produção de alimentos que responda ao aumento da procura mundial, a principal responsável da actual crise. «O mundo consome mais do que produz mas eu estou optimista porque o mundo sabe como produzir mais», assegurou.
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