O Supremo Tribunal dos Emirados Árabes Unidos anunciou que um homem tem o direito de «disciplinar», leia-se agredir, a mulher e os filhos, desde que não deixe marcas físicas da agressão.
De acordo com a BBC Brasil, o parecer foi emitido no domingo depois do julgamento de um caso de violência familiar em Sharjah. Um morador daquela que é uma das sete cidades-Estado que compõem os Emirados Árabes agrediu a esposa e a filha com bofetadas e pontapés. A mulher sofreu ferimentos num lábio e nos dentes, enquanto a filha ficou com arranhões na mão e no joelho.
Na decisão de domingo, e divulgada esta segunda-feira pelos jornais locais, o tribunal considerou que «um homem tem o direito de castigar a esposa e os filhos desde que não deixe sinais físicos nos corpos». Mas, «apesar de a lei permitir ao marido exercer o direito [ao castigo], ele deve respeitar os limites deste direito», sublinhou o presidente do Supremo Tribunal, o juiz Falah al Hajeri.
O tribunal considerou, por isso,que o morador em Sharjah violou o direito previsto na «sharia», a lei islâmica que rege o país. O tribunal entendeu que o homem castigou muito severamente a esposa, ferindo-a no lábio superior e nos dentes. O mesmo tribunal entendeu que a filha, de 23 anos, era muito velha para este tipo de castigo infligido pelo pai. Para os especialistas, a «sharia» não permite que homens agridam filhos adultos.
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Homem pode bater na mulher se não deixar marcas
- Redação
- AR
- 18 out 2010, 23:45
![Islão [arquivo - Foto EPA/Lusa]](https://img.iol.pt/image/id/8842786/1024.jpg)
Emirados Árabes: tribunal emite parecer sobre marido que abusou do direito previsto na lei islâmica, ferindo a esposa num lábio e nos dentes
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