«Revolução» em Gaza continuará até Hamas sair - TVI

«Revolução» em Gaza continuará até Hamas sair

  • Portugal Diário
  • 19 nov 2007, 18:39

Garantiu o Chefe delegação Palestiniana à margem da conferência da Parceria Euro-Mediterrânica

Relacionados
A «revolução» da população da Faixa de Gaza vai continuar e o diálogo político intra-palestiniano é «impossível» até que o Hamas retire as suas forças militares do território, afirma a Autoridade Palestiniana.

Em declarações à Lusa, à margem da conferência da Parceria Euro-Mediterrânica (Euromed) sobre migrações, que hoje terminou em Albufeira o vice-ministro da Administração Interna da Autoridade Palestiniana, Amin Maqboul, afirmou que nos próximos seis meses será lançado «um programa para retomar Gaza e terminar a demolição militar do Hamas».

Questionado sobre o eventual uso da força militar nessa «demolição», Maqboul, que chefiou a delegação palestiniana à reunião da Euromed, afirmou que «a ideia» da Autoridade Palestiniana é privilegiar a via diplomática, envolvendo os países terceiros, mas avisou que o conflito na Faixa de Gaza pode agudizar-se.

«O Hamas cometeu muitos crimes, não sabemos se as nossas pessoas na Faixa de Gaza vão fazer a revolução contra os militares», afirmou Maqboul em Albufeira.

Exemplo destes «crimes» afirmou, são as vítimas dos confrontos que se seguiram às recentes manifestações de rua que marcaram o aniversário da morte do antigo líder palestiniano, Yasser Arafat.

Segundo Maqboul, não vai haver «negociações antes de o Hamas retirar, reconhecer o programa da Autoridade Palestina e pararem as operações militares».

Dado que é improvável uma retirada nos próximos meses, a Autoridade Palestiniana «não está optimista» em relação ao regresso ao diálogo.

«Há alguns países vizinhos, como o Irão, que olham para este problema como uma questão interna e apoiam o Hamas a fazer conflito», criticou Maqboul, que se manifesta «pronto para negociar com o Irão e todos os países islâmicos» sobre o conflito intra-palestiniano.

Quanto à conferência de Annapolis, prevista para a próxima semana, o «optimismo» é também reduzido, face à «intransigência» israelita.

«Israel não deu nenhuns sinais de continuação do processo de paz - o problema dos refugiados, Jerusalém Ocidental, colonatos na Cisjordânia», afirmou Maqboul.

«Não estamos optimistas, mas vamos continuar a tentar. Temos uma semana» até à data de início prevista, 26 de Novembro, disse.

Devido ao longo conflito, os territórios palestinianos têm das maiores percentagens de população imigrante e deslocada a nível mundial - cinco milhões, para 3,5 milhões de residentes - e Maqboul afirma que a reunião de Albufeira serviu para «procurar maneiras de melhorar a vida da população temporariamente deslocada».

«Queremos que [os imigrantes e deslocados] possam voltar a casa, não ficar para sempre nos países que os acolhem», disse Maqboul à Lusa.
Continue a ler esta notícia

Relacionados