António Guterres: mundo está a perder capacidade de prevenir conflitos - TVI

António Guterres: mundo está a perder capacidade de prevenir conflitos

António Guterres no lançamento do Apelo humanitário global para 2015 (Lusa)

Alto Comissário das Nações Unidas alertou para as crises que atingem vários pontos do globo, destacando os conflitos na Síria e no Iraque

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O mundo está a perder capacidade de prevenir conflitos e a falta de «liderança efetiva» levou à pior situação de deslocação de populações desde a Segunda Guerra Mundial, alertou esta terça-feira o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres.

«Uma mega crise, a mega crise que atinge a Síria e o Iraque, assim como as novas e antigas crises que não acabam» criaram o problema, adiantou Guterres, durante a reunião anual dos embaixadores turcos em Ancara.

Mais de 13 milhões de pessoas foram deslocadas pelos conflitos na Síria e no Iraque, a crise no Sudão do Sul agravou-se e alargou-se ao vizinho Chade, a situação degradou-se na Líbia e há uma nova crise na Ucrânia, lembrou.

«Tudo isto mostra que a comunidade internacional perdeu em grande parte a sua capacidade de prevenir e resolver os conflitos», insistiu Guterres.


O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados considerou que se vive «num mundo onde a imprevisibilidade e a impunidade se tornaram as regras do jogo».

Um mundo onde «já não existe uma liderança eficaz», onde «os conflitos se multiplicam» e permanecem as crises antigas «tem consequências dramáticas em termos humanitários», disse António Guterres.

O responsável da ONU tinha anunciado em junho que o número de refugiados registados em todo o mundo tinha ultrapassado a barreira dos 50 milhões pela primeira vez desde 1945.

No seu discurso aos embaixadores, Guterres voltou a agradecer à Turquia, que acolhe oficialmente no seu território mais de 1,6 milhões de sírios.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, lembrou que o seu país já gastou cinco mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros) com o acolhimento daqueles refugiados, lamentando a modesta contribuição da comunidade internacional.
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