Os países de onde chega o maior número de acusações são a República Democrática do Congo, a Libéria, o Haiti e o Sudão do Sul.Só entre 2008 e 2013 registaram 480 casos de alegada exploração sexual. E mais outro dado sombrio: um terço das vítimas são crianças.
De acordo com o documento, citado pela Reuters, vale quase tudo para comprar sexo. Além de dinheiro, os capacetes azuis usam como moeda de troca vestidos, joias, perfumes, telemóveis, entre outros bens.
Centenas de mulheres no Haiti e na Libéria, entrevistadas para este relatório, disseram que os motivos que as levaram a aceitar terem relações com os homens que deviam zelar pela sua segurança vão da fome e da pobreza à tentativa de melhoria de vida.
“As provas de missões de paz em dois países demonstram que o sexo transacional é bastante comum, mas pouco relatado nas missões de paz”, indica o documento, que data de 15 de maio.
Um boletim das Nações Unidas de 2003 proibiu os capacetes azuis de manterem este tipo de relações durante as missões. O que indica que o problema já não é novo, apesar de só agora ter sido exposto desta forma.
“O número de preservativos distribuídos, e o número de pessoas que se apresentaram voluntariamente para aconselhamento e testes de HIV confidencialmente (…) sugere que os relacionamentos sexuais entre pessoal das missões de paz e as populações locais podem ser rotina”, lê no relatório.
Os números mais recentes são relativos a 2014, ano em que foram registadas 51 acusações de exploração sexual contra capacetes azuis. A responsabilidade de investigar estes casos cabe, primeiro lugar, aos países de onde foram enviados os alegados abusadores.