Morreu chefe da Igreja Ortodoxa grega - TVI

Morreu chefe da Igreja Ortodoxa grega

  • Portugal Diário
  • 28 jan 2008, 08:47

Christodulos faleceu aos 69 anos vítima de cancro e fica para a história pela sua abertura à Igreja Católica, tendo inclusive recebido João Paulo II

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O arcebispo ortodoxo de Atenas e primaz da Grécia, Christodulos, morreu esta segunda-feira, aos 69 anos, na sua residência na capital grega vítima de doença prolongada, noticia a agência Lusa.

Christodulos, que nos seus 10 anos de Pontificado deu um forte impulso às relações historicamente tensas entre a sua Igreja e o Vaticano, sofria de cancro no fígado e nos intestinos desde o ano passado.

Depois de uma tentativa falhada de transplante de fígado em Outubro numa clínica de Miami, Estados Unidos, o arcebispo pediu para não voltar a ser hospitalizado e há um mês que o seu estado era considerado muito grave.

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Segundo fontes da Igreja Ortodoxa grega, Christodulos faleceu às 6h00 locais (4h00 de Lisboa) na sua casa em Psyhico, nos arredores de Atenas.

O Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa grega vão reunir-se hoje para decidir os detalhes do funeral e a eleição do seu sucessor.

Segundo a tradição, o enterro deverá realizar-se quarta-feira e a eleição do novo arcebispo deverá efectuar-se dentro de 20 dias.

O arcebispo ortodoxo de Atenas ficará na história por ter conseguido melhorar as relações com a Igreja Católica após séculos de tensão.

Foi Christodulos, que em 2001, recebeu a primeira visita de um pontífice católico à Grécia após o Cisma de 1054, uma viagem que ficou marcada pelo pedido de perdão do Papa João Paulo II pelos pecados cometidos ao longo de séculos por católicos contra ortodoxos.

Em Dezembro de 2006, Christodulos, cujo nome civil era Christos Papaskevaides, reuniu-se com o actual Papa Bento XVI no Vaticano, tendo sido assinado nessa altura uma declaração comum sobre o seu compromisso para a unidade cristã.

Um homem controverso

Nascido a 17 de Janeiro de 1939, em Xanthi, no noroeste da Grécia, Christodulos foi eleito primaz vitalício em 1998, tornando-se no arcebispo mais jovem da Grécia.

As suas ideias nacionalistas e religiosas desde logo geraram controvérsia na sociedade grega, 97 por cento de religião ortodoxa.

Durante o seu pontificado incitou os fiéis a saírem à rua em protesto contra os bombardeamentos da NATO na Sérvia e contestou as «directivas de Bruxelas», que considerava como o centro de decisão contra os interesses gregos, manifestando-se ainda contra a adesão da Turquia à União Europeia.
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