Guiné-Bissau: CPLP reúne para analisar situação

O Partido Socialista (PS), que está em «contactos permanentes» com o PAIGC, o partido no poder na Guiné-Bissau, manifestou-se «muito preocupado» com a atual situação do país, pelo que apela à «imediata reposição da legalidade».

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz socialista João Ribeiro disse que, de acordo com os seus contactos com o PAIGC, neste momento, «há militares na rua a bloquear o acesso a algumas embaixadas», esclarecendo que «não estão a cercar as embaixadas, estão a bloquear os acessos para evitar pedidos de asilo», por exemplo.

«Há muita gente a tentar de alguma forma entrar nas instalações das Nações Unidas, há alguns incêndios em setores chave da cidade e também se confirma que as rádios foram ocupadas», reportou o porta-voz do PS.

João Ribeiro apelou ainda à «rápida e enérgica intervenção da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]», acrescentando que o PS «apoiará todos os esforços que o Governo português e outros governos europeus possam fazer» para garantir a segurança dos portugueses e dos europeus residentes na Guiné.

Entretanto, sabe-se que a CPLP vai reunir já esta sexta-feira e sábado, em Lisboa, o seu Conselho de Ministros para analisar a situação no país.

A instabilidade na Guiné-Bissau agudizou-se hoje, véspera do início da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais, que o segundo candidato mais votado na primeira, Kumba Ialá, está a boicotar. Nas ruas da capital, já se ouviram tiros, há movimentações militares e as estações de rádio estão a deixar de emitir.