Medvedev diz que Rússia reconhece estado palestiniano

Última actualização às 15:30

O presidente russo, Dmitri Medvedev, disse esta terça-feira que o seu país reconheceu a palestina como um estado independente em 1988 - altura em que Moscovo era ainda a capital da União Soviética - e que não mudará essa posição.

«Tomámos a nossa posição na altura não vamos mudá-la hoje», disse, citado pela Reuters, o chefe de Estado numa conferência de imprensa conjunta com o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, em Jericó

O presidente russo está de visita à jordânia e aos territórios palestinianos.

O jornal israelita «Haaretz» avançara já a preocupação das autoridades de Israel face à possibilidade desta tomada de posição por parte de Medvedev.

Nabil Sha`ath, um responsável da facção palestiniana Fatah, dissera numa entrevista publicada esta terça-feira pelo ao jornal «Al-Hayat», que o presidente russo iria reafirmar o reconhecimento soviético da Palestina como um estado independente de 1988, ano em que Yasser Arafat declarou a independência dos territórios.

Um responsável do ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, não identificado pelo «Haaretz», disse ao jornal que, caso se concretizasse o cenário agora confirmado, isso poderia desencadear um «efeito dominó», com outros estados a seguir a posição da Rússia, «entre eles a China».

A Rússia integra o chamado Quarteto Para o Médio Oriente - integrado ainda pela ONU, EUA e UE - que busca uma solução pacífica para o conflito israelo-palestiniano.

Nos últimos dois meses, vários estados latino-americanos decidiram reconhecer o estado palestiniano. Entre eles potências como o Brasil e a Argentina, o que tem sido acompanhado com apreensão por parte de Israel, que teme que, perante o impasse nas negociações de paz, a Palestina procure um lugar de pleno direito nas Nações Unidas.

Dos 192 estados que fazem parte da ONU, 109 reconhecem a Palestina como estado, disseram esta terça-feira as autoridades palestinianas. Contudo, Israel avisa que uma «declaração unilateral» da independência será um passo atrás nas negociações de paz.

De acordo com a Reuters, um alto responsável dos serviços de inteligência israelitas disse esta terça-feira, perante uma comissão parlamentar, que são esperados mais reconhecimentos da Palestina como um estado até à sessão ordinária da Assembleia Geral da ONU, que se realiza em Setembro.