As declarações já mereceram uma reação da Turquia que, segundo noticia a agência Reuters, convocou o embaixador do Vaticano em Ancara para lamentar as declarações do chefe da Igreja Católica, afirmando que as palavras criam um «problema de confiança» nas relações diplomáticas com o Vaticano.
O Papa citou um documento assinado em 2000 pelo Papa João Paulo II e pelo patriarca arménio. As palavras foram ditas na presença do Presidente da Arménia.
«No século passado, a nossa família humana passou por três tragédias sem precedentes. A primeira, que foi largamente considerada como 'o primeiro genocídio do século XX', atingiu o povo arménio.»
Mesmo que o Papa João Paulo II tenha usado a palavra «genocídio» no documento, esta é a primeira vez que o termo é usado publicamente.
Em reação às palavras do Papa, o governo turco convocou o embaixador do Vaticano em Ancara, mostrando a sua profunda «tristeza e desilusão» com as declarações.
Os turcos afirmaram ao embaixador que estão surpresos com a posição do chefe da Igreja Católica, uma vez que os tribunais internacionais não reconhecem o massacre como um genocídio. Ancara foi mais longe, reiterando que as palavras criam um «problema de confiança» nas relações diplomáticas com o Vaticano.
Estima-se que um milhão e meio de arménios tenham sido mortos entre 1915 e 1917, no final do Império Otomano. Vários especialistas já tinham reconhecido o massacre como «genocídio»
Recorde-se que os turcos aceitam que muitos cristãos arménios morreram em confrontos com soldados otomanos, mas negam que tenha havido centenas de milhares de mortos e que isso se tratou de um genocídio.