Morreu a escritora Christa Wolf - TVI

Morreu a escritora Christa Wolf

Era considerada a maior romancista leste-alemã

A escritora Christa Wolf, considerada a maior romancista leste-alemã, morreu esta quinta-feira, num hospital de Berlim, aos 82 anos, após doença prolongada, anunciou a editora Suhrkamp.

Nascida em 1929, na Prússia Oriental, actual território polaco, Wolf contribuiu para a afirmação de uma literatura própria na ex-República Democrática Alemã (a antiga RDA), com os seus primeiros romances «Notícias de Moscovo», a primeira obra, publicada em 1961, e «O céu partilhado», de 1963, no qual o sonho de uma nova sociedade se confunde com a emergência do ser individual.

O Presidente da Alemanha, Christian Wulff, sublinhou esta quinta-feira, citado pela agência noticiosa AFP, que os livros da escritora «comoveram e entusiasmaram o país [a Alemanha], estimulando a reflexão». «Para muitos leitores e leitoras, Christa Wolf era mais do que uma romancista. Na sua atitude fora de moda e no entanto tão actual, ainda acreditava no Bem e na capacidade de um ser humano melhor», acrescentou Christian Wulff.

«Com a morte de Christa Wolf, a Alemanha perdeu um dos seus mais importantes autores contemporâneos», sublinhou por sua vez o ministro alemão da Cultura, Bernd Neumann, antes de qualificar os seus livros como «obras-primas de alto nível artístico».

Christa Wolf recebeu em 1980 o prémio Georg-Büchner, a mais importante distinção literária alemã, e por duas vezes o Prémio nacional da RDA, além dos prémios Schiller, em 1983, e Nelly Sachs, em 1999, duas distinções que evocam dois importantes poetas de língua alemã - o autor da «Ode à Alegria» e a Nobel da Literatura, resistente anti-nazi, que se fixou na Suécia.
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