O ministro das Finanças grego revelou ainda o que a Grécia pretende fazer nos próximos dias.“Hoje o povo grego voltou-se contra o ultimato que lhe foi enviado desde ontem com este corajoso “Não”, que nos concedeu o povo grego, com o “Não” que o povo grego disse, ignorando os bancos fechados”, disse em conferência de imprensa,
"Com este “Não”, com esta ferramenta, vamos estender uma mão de ajuda, uma mão de cooperação aos nossos parceiros, vamos pedir-lhes um a um para encontrar um terreno comum, vamos analisar exemplos positivos".
Varoufakis lembrou ainda o relatório do FMI que revela que a Grécia precisa de uma reestruturação da dívida e adiantou que a partir de amanhã vão recomeçar as negociações com o BCE.
“De facto, há alguns dias, o FMI, honra lhe seja feita, publicou um relatório que confirma que a nossa dívida precisa de uma restruturação”
“A partir de amanhã [segunda-feira] vamos colaborar com o Banco Central Europeu, que manteve uma posição neutra na semana passada, e teremos uma atitude positiva para com a Comissão Europeia”, disse Yanis Varoufakis na conferência de imprensa.
Varoufakis defendeu que o “‘não’ de hoje é um ‘não’ à austeridade, um regresso aos valores da Europa”.
“O ‘não’ é um grande ‘sim’ à Europa democrática”, afirmou o ministro das Finanças, para enfatizar que o resultado de hoje é “uma grande ferramenta de colaboração com os parceiros”. Apesar do tom conciliador, Varoufakis reafirmou as críticas aos credores ao salientar que “durante cinco meses rejeitaram qualquer discussão sobre a autoridade e a divida”.
“A 25 de janeiro [dia das eleições gerais] o povo disse ‘já chega’ a cinco anos de hipocrisia, a cinco anos de novos empréstimos para encobrir o fracasso do Estado. Durante cinco meses tentámos negociar para explicar isto: não há mais empréstimos, mas sim a restruturação dos antigos”, disse.
Varoufakis foi mais longe, ao assegurar que “desde o primeiro momento os credores tentaram encerrar os bancos” e “obrigar” a Grécia “a pedir perdão por termos criticado os programas fracassados”.
A projeção oficial da Singular Logic revelou que o "Não" vai ter mais de 61% dos votos no referendo da Grécia. Também os resultados oficiais apurados até ao momento mostram o "Não" à frente, deixando antever uma clara resposta do povo grego.