Gripe das aves: trabalho de portugueses em perigo - TVI

Gripe das aves: trabalho de portugueses em perigo

  • Portugal Diário
  • 19 fev 2007, 16:46

A Bernard Matthews vai despedir pelo menos 500 trabalhadores

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Pelo menos 500 trabalhadores da Bernard Matthews, empresa inglesa que emprega mais de 900 portugueses e onde se registou um surto de gripe das aves, deverão ser despedidos nas próximas semanas, informou o sindicato TGWU (Transport and General Workers Union), citado pela Lusa.

«Neste momento ainda não podemos dizer quantos destes trabalhadores serão portugueses, porque a empresa não especificou essa informação. Mas sim, sabemos que grande parte dos funcionários da Bernard Matthews são portugueses e esta notícia deve afectar todos», disse à Lusa uma porta-voz do sindicato.

Os despedimentos têm todos carácter temporário, inicialmente fixado em 20 dias, mas a empresa faz depender o regresso ao trabalho da forma como a sua actividade recuperar nos próximos dias.

A Bernard Matthews «confirmou que serão despedidos já a partir de amanhã 130 funcionários, mas disse-nos para estarmos preparados que esse número aumentasse consideravelmente nas próximas semanas, podendo ultrapassar os 500», concluiu a mesma porta-voz.

A agência Lusa contactou a Bernard Matthews, mas um porta-voz da empresa assinalou que ainda não tem quaisquer dados sobre a nacionalidade dos trabalhadores a dispensar.

A empresa inglesa confirma, no entanto, que a informação avançada pelo sindicato é correcta e se deve aplicar, numa primeira fase, aos trabalhadores que estão na unidade de Great Witchingham.

O sindicato TGWU já apelou ao governo britânico para que ajude a compensar os trabalhadores da Bernard Matthews que perderem os postos de trabalho.

Chris Kaufman, o secretário-geral do sindicato, lembrou ao executivo de Tony Blair, através de um comunicado, que outras situações idênticas aconteceram na Europa e os trabalhadores foram ajudados.

O sindicato também revelou que os primeiros 130 trabalhadores a serem dispensados, a partir de terça-feira, terão direito a um pagamento de 100 libras, cerca de 150 euros cada, à parte de alguns pagamentos obrigatórios para estas situações.

Além disso o porta-voz da TGWU frisou «a situação será regularmente reavaliada com a empresa».

Um representante da embaixada de Portugal em Londres, contactado pela Lusa, garantiu que as autoridades portuguesas já estão a acompanhar o caso em conjunto com a secretaria de Estado das Comunidades, embora não tivesse ainda nenhuma informação adicional sobre os portugueses que poderão ser afectados por esta notícia.
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