Nigéria: 400 mortos em conflitos religiosos

Dois dias de conflitos étnicos e religiosos entre muçulmanos e grupos cristãos na cidade nigeriana de Jos, no centro da Nigéria, causaram um total de 400 mortos. Grupos rivais étnicos e religiosos queimaram casas, lojas, mesquitas e igrejas. Foram detidas 523 pessoas.

A luta foi motivada por uma disputada eleição na cidade, que fica na encruzilhada do norte muçulmano e do sul cristão do país e, segundo a polícia, estendeu-se a cinco bairros. Já é considerado o pior distúrbio na Nigéria em anos.

Segundo a Reuters, os corpos estão a ser levados para a principal mesquita da cidade. Um médico de um dos principais hospitais da cidade disse ter recebido 25 corpos e 154 feridos desde o início do conflito.

Apesar do saldo de 400 mortos, especula-se que o número total seja maior, já que algumas vítimas já foram enterradas e outras levadas para outras clínicas. Há também ainda muitos corpos nas ruas.

Este domingo, a violência parece ter perdido força. Nas ruas, vêem-se soldados a fazer patrulhas a pé e em jipes para aplicar um toque de recolher de 24 horas imposto nas áreas mais afectadas. A população que se atreve a sair de casa anda com as mãos erguidas para mostrar que não tem armas.

Nas ruas também ainda se vêem veículos tombados e incinerados. Várias igrejas, um quarteirão inteiro de casas e uma escola islâmica de um bairro foram destruídas pelo fogo.

Segundo a Cruz Vermelha, cerca de sete mil pessoas deixaram suas casas e abrigaram-se em edifícios do governo, instalações do Exército e centros religiosos.