Ucrânia: «Rússia está a alimentar o conflito» ao fornecer armas - TVI

Ucrânia: «Rússia está a alimentar o conflito» ao fornecer armas

O Secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg (LUSA/EPA)

NATO volta a fazer duras críticas à Rússia, que continua a negar qualquer envolvimento no conflito do leste da Ucrânia

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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, acusou a Rússia de violar o cessar-fogo no leste da Ucrânia ao enviar grandes quantidades de armas de última geração para os separatistas pró-russos.
 
Stoltenberg corrobora, assim, a tese do Governo de Kiev, que este domingo voltou a denunciar presença de forças militares russar em solo ucraniano, desta vez um comboio de 106 veículos.
 
A Ucrânia acusa o governo de Moscovo de usar a ajuda humanitária como disfarce para transportar armas e munições para os separatistas.
 
«Verificamos um aumento de militares dentro e em volta da Ucrânia. Grandes transportes de armas avançadas, equipamento e pessoal militar [da Rússia] para os separatistas», disse o secretário-geral da NATO.
 
Segundo a agência Reuters, Stoltenberg diz que a melhor forma de melhorar a situação ucraniana é respeitar o acordo de Minsk, que ditou o cessar-fogo, e que continua a ser violado.
 
«Os separatistas e a Rússia não estão a cumprir. A Rússia está a alimentar o conflito ao fornecer equipamento e outro tipo de apoio aos separatistas e, dessa forma, subvalorizando e violando o cessar-fogo e os esforços para criar negociações pacíficas», afirmou.
 
O governo da Rússia continua a negar que esteja a servir-se da ajuda humanitária para armar os separatistas. Por sua vez, acusa Kiev e o ocidente de uma campanha de violência indiscriminada nos territórios de Luhansk e Donetsk.

Também o Reino Unido está preocupado com as movimentações da Rússia, em especial, no que toca a aviões militares perto das fronteiras britânicas.
 
«Os avanços extremamente agressivos do espaço aéreo britânico por aviões russos é um problema que nos deva preocupar. (...) É totalmente apropriado que os países da NATO trabalhem juntos para responder aquilo que é uma mudança na forma como a Rússia lida com a NATO e com os países fora da [aliança]», disse o Secretário dos Negócios Estrangeiros britânico Phillip Hammond.
 
Interceções de aviões militares têm aumentado desde o início do conflito na Ucrânia, em especial no norte da Europa, mas também junto, por exemplo, à costa portuguesa. 
 
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28 membro da NATO vão reunir-se esta terça-feira para discutir os planos para aumentar as suas defesas e, assim, reassegurar os parceiros do leste, após a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia, em março. Exercícios militares para 2015 também estão na agenda dos 28.
 
Em sua defesa, a Rússia acusou, esta segunda-feira, a NATO de estar a destabilizar o norte da Europa ao realizar exercícios militares nos Estados Bálticos e ao transferir «aeronaves capazes de transportar armas nucleares» para estes países.
 
«Isto é extremamente negativo. As autoridades russas tomarão todos os passos necessários para assegurar a segurança da Rússia e dos seus cidadãos. Não importa a zona do país», afirmou o vice-primeiro-ministro Alexei Meshkov, à Interfax.
 
As declarações de Meshlov chegam no mesmo dia que Moscovo anunciou exercícios militares de larga escala, envolvendo «dezenas de milhares» de soldados para o próximo verão.

                   
 
 
Ucrânia acusa Rússia de usar forças especiais em ataques ao aeroporto
 
Um porta-voz do exército ucraniano que combate os separatistas no leste da Ucrânia acusou a Rússia de envolver as suas forças especiais nos combates do aeroporto de Donetsk, e quebrar o cessar-fogo.
 
Andriy Lysenko disse, à Reuters, que os combates intensificaram-se nos últimos dias e que já morreram três soldados ucranianos, só nas últimas 24 horas.

«Isto são forças especiais russas. É o terceiro dia que estão a tentar fazer alguma coisa. Chegou um novo comboio de ajuda humanitária e os terroristas receberam munições para artilharia pesada. Por isso são capazes de aumentar a intensidade dos [ataques]», afirmou Lysenko.
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