Iraque: criança de seis anos torturada por terroristas - TVI

Iraque: criança de seis anos torturada por terroristas

Foto da CBS NEWS

Arrancaram-lhe os dentes e as unhas, partiram-lhe os braços e pregaram-lhe um prego numa perna. Quase dois anos depois, Khidir foi libertado

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Uma criança iraquiana foi raptada quando tinha seis anos e torturada repetidamente até ser libertada, durante quase dois. O rapaz e o pai contaram à CNN os momentos por que passaram.

Segundo a cadeia televisiva norte-americana, Khidir, agora com oito anos, sonha em ser polícia, tal como o pai. Mas foi precisamente o facto de este ser agente das autoridades que o levou a passar por um suplício com contornos macabros.

Tudo começou quando um grupo de homens armados entrou na casa de Abdul Qader à sua procura. O polícia não estava. Mas estavam familiares seus, entre eles o pequeno Khidir. Na ausência do pai, foi levado ele. Os restantes ocupantes da casa tiveram de abandoná-la à pressa, antes uma explosão tê-la reduzido a escombros.

Abdul ouviu a explosão, viu a casa destruída, mas não veria o seu filho durante quase dois anos. Os raptores exigiriam-lhe a libertação de alguns detidos, em troca da liberdade de Khidir. A recusa fê-lo pensar que o perdera para sempre. Uma dica às autoridades devolveu-lho.

«Arrancaram-me os dentes com um alicate»

Khidir estava numa quinta. Refém de um corpo deformado por quase dois anos de torturas, que relatou à CNN. «Bateram-me com uma pá, arrancaram-me os dentes com um alicate», explicou o menino, agora com oito anos.

Mas os maus tratos continuaram. A criança diz ter sido levada para uma quinta, onde foi obrigada a trabalhar a recolher cenouras, sempre entre espancamentos e novas torturas.

Levantando as calças, mostrou uma ferida. «Aqui foi onde eles pregaram um prego na minha perna, arrancando-o depois». Arrancadas foram também as suas unhas. Foi agredido à pazada e partiram-lhe os braços. Khidir diz que os raptores se riam enquanto o agrediam.

O horror durou até o passado mês de Dezembro, quando agentes da polícia de Taji, a 70 quilómetros da sua casa, receberam uma informação sobre um local onde um grupo de terroristas mantinha sequestradas crianças.

Inicialmente, pensaram que se trataria de uma armadilha, mas decidiram arriscar. Ao chegarem ao local, depararam-se com Khidir e com uma outra criança. Ambas mal tratadas.

O rapaz ainda tinha os braços partidos quando foi encontrado. E não reconheceu nenhum dos familiares, com excepção do pai. Terá sido por causa do uniforme, disse Abdul Qader, que insistiu que não pensa despi-lo. «Se eu deixar a polícia, se outros deixarem a polícia, quem irá proteger-nos dos terroristas?»
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