A decisão do tribunal de Diyarbakir, no sudeste do país, avançada pela agência Anadolu, surge depois do vice-primeiro-ministro, Yalcin Akdogan, escrever no Twiiter que «aqueles que publicam desenhos referentes ao supremo Profeta desrespeitam os valores sagrados muçulmanos», acrescentando que tal jogada é «uma provocação».
Yüce Peygamberimize atfen şekiller yayınlayarak Müslüman'ların kutsallarını hiçe sayanlar açık bir tahrik ve provokasyon içindedir
— Yalçın Akdoğan (@Y_Akdogan) 14 janeiro 2015
O semanário parisiense foi para as bancas uma semana depois do massacre à sua redação em Paris, que fez 12 mortos.
O jornal turco da oposição «Cumhuriyet» dedicou quatro páginas da edição desta quarta-feira a uma reprodução dos artigos do «Charlie Hebdo».
«Repito mais uma vez, o terrorismo é um crime contra a humanidade, seja qual for sua origem», escreveu Hikmet Cetinkaya, editor político da publicação.
«Daí o profeta segurar um cartaz que diz 'Eu sou Charlie’», acrescentou.
O jornal anunciou na sua página online que a polícia esteve na gráfica em Istambul a examinar o número.
Nos últimos anos, o «Cumhuriyet», forte crítico do presidente Erdogan, sofreu vários atentados e detenções na equipa, o que levou a polícia a mobilizar forças policiais para a sede em Ancara, antevendo manifestações violentas naquele país em que, de acordo com o CIA World Factbook, 99.8% da população é muçulmana.