EUA podem permitir todas as viagens a Cuba

Os Estados Unidos podem abolir todas as restrições às viagens para Cuba. A proposta bipartidária foi entregue na terça-feira no Senado.

Os senadores Byron Dorgan, democrata do Dakota do Norte, e Michel Enzi, republicano de Wyoming, defendem que a liberalização das viagens a Cuba pode facilitar a introdução da democracia e o avanço dos Direitos Humanos em Cuba.

O senador democrata Christopher Dodd e o republicano Richard Lugar apoiam a media por considerarem que o embargo norte-americano a Cuba tem sido um fracasso e que, por isso, não faz sentido.

«Depois de 47 anos está claro que o embargo unilateral a Cuba fracassou no objectivo de conseguir levar a Democracia ao povo cubano e, pelo contrário, tem sido usado pelas autoridades cubanas como um pretexto para exigir mais sacrifícios ao povo», defendeu Richard Lugar em declarações ao «El País».

«Permitimos que os norte-americanos viagem para a China comunista e que viajem para o também comunista Vietname e fazemo-lo porque acreditamos que a conjunção de viagens e comércio é o melhor caminho para promover a Democracia e conseguir que esses países se abram», declarou Dorgan ao mesmo jornal.

Até ao momento as viagens dos Estados Unidos para Cuba só são permitidas com uma autorização prévia. As excepções podem ser aplicadas a alguns jornalistas, funcionários do Governo e a cubano-americanos uma vez por ano. Todos os anos 130 mil norte-americanos viajam para Cuba através de outros países.

A histórica iniciativa acontece a menos de 100 dias da tomada de posse de Barack Obama e mais de um ano depois de Rául Castro ter assumido o poder. A Câmara do Comércio dos EUA, a Federação Agrícola e grupos com o Human Rights Watch apoiam a medida.

O embargo a Cuba dura desde 1962, altura em que os EUA cortaram relações com Fidel Castro.