Há mais três milhões de pobres a cada ano - TVI

Há mais três milhões de pobres a cada ano

Distribuição de alimentos

Dados fazem parte do relatório de 2010 da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento

Relacionados
O número de pessoas que vive em extrema pobreza aumentou em três milhões por ano na última década, atingindo os 421 milhões em 2007, duas vezes mais do que em 1980, segundo a ONU.

Os dados fazem parte do relatório de 2010 da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) sobre os países mais pobres do mundo, de acordo com a agência Lusa.

Com o título «Rumo a uma Nova Arquitectura Internacional do Desenvolvimento para os PMAs» (países menos avançados), o documento divulgado esta quinta-feira em Genebra surge a poucos meses da conferência da ONU sobre os países mais pobres, que se realiza em Maio de 2011, em Istambul.

O relatório faz um balanço a 10 anos da evolução dos 49 países mais pobres do mundo, grupo que inclui Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A maior parte dos países é de África e em termos gerais os considerados mais pobres pela CNUCED são também os que a ONU classifica com mais baixo índice de desenvolvimento humano.

Nele se salienta que embora os 49 países tenham resistido à recessão, estão ainda enredados em ciclos de crescimento e retracção, sugerindo-se no documento que devem modernizar e diversificar as suas economias para reduzir a pobreza de forma sustentável.

«As perspectivas (dos PMAs) de médio prazo são motivo de preocupação», diz o relatório, que considera que mesmo os períodos de grande crescimento económico pouco contribuíram para melhorar os padrões de vida da população.

No período de maior expansão, de 2002 a 2007, «o rápido crescimento económico traduziu-se somente numa fraca redução da pobreza», diz o relatório, que estima que 53 por cento da população total dos PMAs vivia na pobreza extrema em 2007.

«Muito poucos estão a caminho de atingir o objectivo de reduzir para metade a pobreza extrema em 2015», diz o relatório, que caracteriza o crescimento dos 49 países, na última década, como «não sustentável» e «não inclusivo».

Diz o relatório que os PMAs enfrentam um quadro de médio prazo difícil, com baixos níveis de investimento e fraco desenvolvimento financeiro, dependendo grandemente dos níveis de recuperação do resto do mundo e do aumento de apoios de doadores.
Continue a ler esta notícia

Relacionados