Obama justifica envio de soldados para Afeganistão - TVI

Obama justifica envio de soldados para Afeganistão

Obama dá Fiesta Latina na Casa Branca (Lux)

Talibãs estão a «ganhar terreno», disse Barack Obama

Barack Obama anunciou esta terça-feira que vai ordenar o envio de 30 mil soldados suplementares para o Afeganistão. O presidente norte-americano considerou que este envio é «de um interesse nacional vital» para os Estados Unidos, declarou, revelando ainda que os reforços vão custar 30 mil milhões de dólares a Washington.

«É do nosso interesse nacional vital enviar 30 mil soldados suplementares para o Afeganistão, afirmou Obama, durante um discurso pronunciado perante os alunos de West Point, a mais prestigiada escola militar norte-americana.

São recursos dos quais necessitamos para reconquistar a iniciativa e reforçar as capacidades afegãs» para transferir a responsabilidade da segurança para o exército e a polícia afegãos, sublinhou.

No seu discurso, o presidente considerou que «o Afeganistão não está perdido, mas sofreu uma regressão nos últimos anos», afirmou. «Não existe uma ameaça iminente de um derrube do governo (afegão) mas os talibãs ganharam terreno», sublinhou Obama, oito anos após o início da guerra no Afeganistão.

O presidente norte-americano rejeitou ainda qualquer ligação entre a guerra actualmente travada pelos Estados Unidos no Afeganistão e o desastre no Vietname, entre 1964 e 1975. «Há aqueles que sugerem que o Afeganistão é outro Vietname» e que afirmam que o Afeganistão «não pode ser estabilizado e que faríamos melhor se limitássemos as nossas perdas e nos retirássemos rapidamente», disse o presidente norte-americano. «Estas afirmações baseiam-se numa leitura errada da história», considerou Obama, durante um discurso muito esperado.

Obama garantiu também que não conta assinar mais «cheques em branco» ao Afeganistão, acrescentando que em troca da ajuda norte-americana exigiu ao governo de Karzaï que persiga os responsáveis corruptos. «A época do cheque em branco terminou», disse. «Vamos explicar claramente o que esperamos por parte dos que ajudamos», disse Obama, numa referência implícita ao governo do presidente afegão Hamid Karzai.

A decisão de Obama motivou já reacções. O presidente francês Nicolas Sarkozy garantiu «pleno apoio» ao seu homólogo norte. «É um discurso corajoso, determinado e lúcido que dá um novo impulso no compromisso internacional e abre novas perspectivas», considerou Sarkozy.

O chefe de Estado sublinhou que «a França permanecerá empenhada, com os seus aliados, tanto tempo quanto o necessário, ao lado do povo afegão».

O governo afegão «saudou» a decisão. «O ministério afegão dos Negócios estrangeiros saúda esta nova estratégia», declarou o porta-voz da diplomacia afegã, Mohammad Zahir.
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