Chávez pede às FARC para libertarem todos os reféns

«Chegou a hora das FARC libertarem todos os detidos». A frase é de Hugo Chávez, que se colocou «às ordens» dos guerrilheiros para facilitar o procedimento. No entanto, o presidente da Venezuela avisou o novo chefe das FARC, Alfonso Cano, que a libertação deverá ser feita «a troco de nada».

Chávez parece estar mesmo determinado em assegurar esse processo, sendo que este «podia ser um primeiro passo para que acabe a guerra interna na Colômbia». No seu programa transmitido todos os domingos pelos meios de comunicação estatais, o líder venezuelano evocou o antecessor de Cano, «Tirofijo», com quem esteve «quase» a consegui-lo, embora a tentativa tenha falhado porque as pressões norte-americanas e colombianas «foram muito duras».

«Neste momento, na América Latina, um movimento guerrilheiro está fora da ordem do dia e é isso que devemos dizer às FARC; era isso que Marulanda [«Tirofijo»] queria dizer», declarou.

O presidente da Venezuela não se inibiu de, mais uma vez, apontar o dedo aos EUA. «Os guerrilheiros da FARC devem saber uma coisa: eles tornaram-se numa desculpa do império [norte-americano] para nos ameaçar a todos; são a desculpa perfeita; no dia em que a paz chegar à Colômbia, acaba-se a desculpa do império», afirmou.

Para Hugo Chávez, a atitude dos EUA relativamente às FARC reflecte apenas o seu interesse em aumentar o número de bases militares norte-americanas na região, o que significa «uma ameaça contra a Venezuela», sendo que essa «desculpa é designada por eles como terrorismo».