O Twitter e as duas mulheres da vida de Hollande - TVI

O Twitter e as duas mulheres da vida de Hollande

Valerie Trierweiler declarou apoio ao candidato que concorre contra Ségolène Royal. Ciúmes ou jogada política?

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Há um tweet que está a abalar a reta final da campanha para a segunda volta das eleições legislativas em França, que se realizam no próximo domingo.

Valerie Trierweiler, namorada do recém-eleito presidente, declarou o seu apoio a um político que luta por um lugar na Assembleia Nacional na cidade de La Rochelle. Até aqui nada demais, não fosse ele um dissidente do PS que concorre contra Ségolène Royal, a mulher que partilhou três décadas de vida e quatro filhos com François Hollande.

«Força Olivier Falorni, que não merecia, que se bate ao lado dos rocheleses há anos, sem interesses», escreveu a primeira-dama francesa no Twitter.

De uma só vez, a jornalista de 47 anos conseguiu atacar a ex-mulher do namorado, abalou a campanha socialista e mostrou-se em desacordo público com o presidente.

Olivier Falorni foi afastado do PS por não ter recuado a favor de Ségolène, que traz uma pequena vantagem da primeira volta e que espera tornar-se presidente do parlamento.

A ex-mulher do presidente preferiu não reagir ao tweet diretamente. «Embora haja divisões, embora haja ataques pessoais e rumores, as pessoas desprezam-nos, porque esperam algo mais dos políticos», disse, citada pela AFP.

Esta semana, Hollande escreveu que Ségolène Royal é «a única candidata da maioria presidencial que pode ter a certeza» do seu apoio no círculo eleitoral pelo qual concorre.

Já a líder socialista, Martine Aubry, que esteve esta terça-feira em La Rochelle para demonstrar o seu apoio a Ségolène, respondeu aos jornalistas que o que interessava neste momento era o apoio de Hollande à candidata.

O apoio de Valerie Trierweiler a um dissidente socialista está a ser aproveitado pelos opositores de direita. Eric Ciotti, da UMP, disse que «a comédia chegou ao Eliseu», o palácio presidencial.

A namorada de François Hollande é divorciada, por duas vezes e tem três filhos. A relação com o atual presidente francês começou em 2005 e já teve de sobreviver ao apoio de Hollande à ex-mulher, quando esta se candidatou contra Nicolas Sarkozy em 2007. Agora, Valerie Trierweiler parece estar preocupada com a aproximação do ex-casal, uma vez que o presidente e a eventual presidente da Assembleia Nacional terão, certamente, muitos assuntos para tratar em conjunto nos próximos anos.

«Ou ela está cega pelos ciúmes, ou então é um golpe político bem calculado» para afastar Ségolène, concluiu o analista político Olivier Mazerolle, citado pela AP.
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