Fóssil com 245 milhões de anos na Antártida - TVI

Fóssil com 245 milhões de anos na Antártida

  • Portugal Diário
  • 3 abr 2007, 15:11

A grande surpresa é que os restos do anfíbio gigante foram encontrados a sul

Uma equipa científica internacional descobriu os restos inesperados de um grande anfíbio na Antártida, em rochas datadas de há 245 milhões de anos, indica um estudo publicado esta terça-feira no Journal of Vertebrate Paleontology.

No final de um longo trabalho de análise do fóssil, constituído por uma porção de crânio de 60 centímetros de comprimento, os cientistas constataram com surpresa que se tratava de um anfíbio do género Parotosuchus.

A existência desta «salamandra» gigante, de mais de dois metros, não é por si só uma descoberta, já que várias espécies destes animais que povoaram a Terra 40 milhões de anos antes dos primeiros dinossáurios foram descritas a partir de restos provenientes da África do Sul, Alemanha, Rússia, Cazaquistão e Estados Unidos.

A novidade é a sua descoberta tão a sul, no continente gelado, em plenos Montes Transantárcticos. Isso revela que estes anfíbios viveram também a dois mil quilómetros a sul do ponto mais austral onde a sua presença era até agora conhecida (a bacia de Karoo, na África do Sul) numa época em que a África e a Antártida era um só continente, a Pangea.

Estes restos fósseis mostram que «as condições climáticas do Triásico inferior ou do início do Triásico médio eram bastante amenas, pelos menos sazonalmente, para que um animal de sangue frio semi-aquático pudesse viver na margem sul da Pangea, segundo os autores do estudo.

Membros do grupo dos Temnospondyli, os Parotosuchus eram predadores que viviam em lagos e cursos de água. Tinham pele escamosa e coberta de couro, diferente da textura lisa dos actuais anfíbios e dos seus primos afastadas, as salamandras. Pensa-se que se deslocavam na água como as enguias, ondulando o corpo e a barbatana caudal.

O estudo é da autoria de Jean-Sébastien Steyer, do Museu Nacional de História Natural de Paris, Christian Sidor, do Nuseu Burke de Seattle (Washington) e Ross Damiani, do Museu de História Natural de Estugarda (Alemanha).
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