O realizador norte-americano, Clint Eastwood, criticou duramente, em entrevista ao semanário Stern, a invasão norte-americana do Iraque, afirmando que «a maioria dos conflitos podem resolver-se sem recorrer às armas», noticia a agência Lusa.
«Intervir num país onde há um louco que ameaça com bombas atómicas é muito diferente de tentar libertar o mundo de ditadores», argumentou Eastwood, que conquistou um Globo de Ouro para a melhor película estrangeira com «Letters from Iwo Jima» (Cartas de Iwo Jima), falada inteiramente em japonês.
O realizador, 76 anos, que apresenta «Letters from Iwo Jima» na secção oficial da Berlinale, mas fora de competição, perguntou, a dado passo, a propósito do absurdo que entende ser o conflito no Iraque: «Que raio fazemos nós lá?».
«Sejamos pragmáticos: se alguém se mete numa guerra tem de fazê-lo depois de reflectir amplamente sobre o assunto e de se preparar bem», disse.
Na sua opinião, «não havia razão para intervir» no Iraque.
A propósito da hipotética, mas nunca confirmada, existência de armas de destruição maciça naquele país, argumento esgrimido por Washington para justificar a invasão, observou: «Mesmo que houvesse tais armas, deveríamos ter encontrado outra forma de tratar do caso».
A proclamada intenção do presidente norte-americano, George W. Bush, de levar a democracia aos iraquianos, mereceu ao veterano realizador este comentário: «A democracia funciona muito bem em países como o nosso, mas não podemos esperar que a população do Iraque dê, de uma assentada, um salto de vários milénios».
Clint Eastwood critica Bush
- Portugal Diário
- 17 jan 2007, 14:55
Realizador põe em causa conflito no Iraque: «Que raio fazemos nós lá?»
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