Livre circulação de trabalhadores pode estar em causa - TVI

Livre circulação de trabalhadores pode estar em causa

Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa critica as recentes manifestações contra presença de trabalhadores portugueses em Inglaterra

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse esta sexta-feira, na Figueira da Foz, que as recentes manifestações contra a presença de trabalhadores portugueses em Inglaterra põe em causa a livre circulação de pessoas no continente.

«Essa Europa que tanto se apregoava da livre circulação de pessoas pode estar em causa com as concepções xenófobas que, no essencial, procuram responsabilizar quem não deve ser responsabilizado», disse esta sexta-feira, à agência Lusa, o líder comunista.

Questionado sobre a situação dos trabalhadores portugueses em Inglaterra, Jerónimo de Sousa frisou que «de repente, parece que são os emigrantes que têm uma quota parte na responsabilidade da crise».

Para o secretário-geral do PCP, esta «é uma questão de fundo que tem de ser combatida e desmistificada».

«Enquanto se permite, totalmente, a liberdade de circulação de capitais, procura-se atingir quem, nos diversos países, inclusive no nosso, dá uma contribuição positiva no desenvolvimento económico».

Caso em Inglaterra é uma «lição»

A situação ocorrida em Inglaterra é, para Jerónimo de Sousa, «uma lição» às vozes, que não nomeou, que em Portugal se manifestam contra a presença de imigrantes no nosso País. «Nós não gostamos que façam aos nossos aquilo que alguns defendem que façam aos outros», alertou.

Para Jerónimo de Sousa, «há que dar combate» àquilo que considerou uma «tendência que pode ser localizada mas que, infelizmente, já tem outras manifestações noutros países da União Europeia», como Inglaterra ou Itália, para além de Portugal.

O líder comunista argumentou ainda que as medidas que a União Europeia tem tomado em relação à actual crise, nomeadamente tendo em vista o chamado principio da solidariedade e da coesão económica e social «ficou estilhaçado».

«Salve-se quem puder»

«Cada país está a tratar de si, um pouco o salve-se quem puder, a procurar salvar o sector financeiro (...) e o princípio que era adquirido e proclamado da livre circulação de pessoas pode, de facto, ficar em causa».

O secretário-geral do PCP deslocou-se à Figueira da Foz para participar num encontro com trabalhadores de diversos sectores económicos, no âmbito da campanha «Sim, é possível uma vida melhor».
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