O povo australiano quer que o fundador do portal WikiLeaks regresse à Austrália, disse esta terça-feira o primeiro-ministro deste país, como comentário à libertação de Julian Assange.
“Não há nada a ganhar com a sua prisão e queremo-lo de volta à Austrália”, disse esta terça-feira Anthony Albanese.
The Australian Government has consistently said that Mr. Assange’s case has dragged on for too long, and that there is nothing to be gained by his continued incarceration.
— Anthony Albanese (@AlboMP) June 25, 2024
We want him brought home to Australia. pic.twitter.com/1Ju5u88cH9
Julian Assange, 52 anos, aceitou declarar-se culpado de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais, num acordo com a justiça dos EUA, e saiu da prisão.
Assange “deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh na manhã de 24 de junho”, foi libertado no aeroporto de Stansted, em Londres, “onde embarcou num avião e partiu do Reino Unido”, tendo a Austrália como destino final, disse o Wikileaks.
A libertação resulta de “uma campanha global” que “criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos EUA, conduzindo a um acordo que ainda não foi formalmente finalizado”, acrescentou o portal, na rede social X (antigo Twitter).
O avião que alegadamente transporta Assange parou, entretanto, em Banguecoque, na Tailândia, desconhecendo-se se apenas para abastecimento ou se para que o fundador do WikiLeaks mude de aeronave.
Assange deverá comparecer na quarta-feira perante um tribunal federal das Ilhas Marianas, um território norte-americano no Oceano Pacífico, de acordo com documentos judiciais apresentados na segunda-feira à noite.
O fundador do Wikileaks vai declarar-se culpado do crime de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais da defesa nacional dos Estados Unidos, confissão que terá de ser aprovada por um juiz.
Cidadão australiano de 52 anos, Julian Assange poderá então regressar à Austrália.
Ainda antes do anúncio da libertação, um porta-voz do Governo australiano defendeu que o caso do fundador do Wikileaks “arrastou-se por muito tempo e não há nada a ganhar com o prolongamento da detenção".
Mulher de Julian Assange "eufórica" com libertação
Stella Assange afirmou estar "eufórica" com a perspetiva de libertação do marido e do fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, após um acordo com a justiça norte-americana, que o queria julgar por espionagem.
"É um turbilhão de emoções, estou simplesmente eufórica, francamente, é simplesmente incrível. Parece que não é real", afirmou à rádio da estação pública BBC.
A ativista e advogada disse que a situação foi muito incerta e que não tinham a certeza de que iria acontecer até às últimas 24 horas.
Hoje de madrugada foi anunciado que Julian Assange saiu na segunda-feira de manhã da prisão de segurança máxima de Belmarsh em Londres, onde se encontra há cinco anos, e embarcou num avião no aeroporto de Stanstead.
Assange deverá comparecer na quarta-feira perante um tribunal federal das Ilhas Marianas, um território norte-americano no Oceano Pacífico, de acordo com documentos judiciais apresentados na segunda-feira à noite.
O fundador do Wikileaks vai declarar-se culpado de crime de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais da defesa nacional dos Estados Unidos, confissão que terá de ser aprovada por um juiz.
Cidadão australiano de 52 anos, Julian Assange poderá então regressar à Austrália.
Stella Assange disse que o "acordo de princípio entre Julian e o Departamento de Justiça tem de ser assinado por um juiz nas Ilhas Marianas, no Oceano Pacífico, para onde ele se está a viajar", encontrando-se atualmente a fazer escala em Banguecoque.
"Assim que o juiz assinar, o ato torna-se formalmente real", vincou.
Entretanto, Stella Assange e os dois filhos do casal, de cinco e sete anos, viajaram no domingo para Sidney, na Austrália, onde esperam ser reunidos com Julian Assange.
As crianças só se encontraram com o pai dentro da prisão.
Questionada sobre o futuro, a mulher disse que "a prioridade agora é que o Julian volte a ser saudável".
"Ele esteve num estado [de saúde] terrível durante cinco anos e só precisa de estar em contacto com a natureza. É isso que ambos desejamos para já. E ter tempo e privacidade e começar este novo capítulo", afirmou.
Assange estava detido em Belmarsh, no leste da capital britânica desde 2019, enquanto contestava nos tribunais o pedido de extradição dos Estados Unidos, que o acusaram de 18 crimes de espionagem e de intrusão informática pela divulgação no portal WikiLeaks de documentos confidenciais.
Washington queria julgar Assange pela divulgação de mais de 700 mil documentos secretos e estava acusado pelas autoridades norte-americanas ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917, enfrentando uma possível pena de até 175 anos de prisão.
Em 20 de maio, o Tribunal Superior de Londres autorizou Assange um recurso, cujas audiências estavam marcadas para o início de julho.