PSD apoia Fontão, diz Carmona

O presidente da Câmara de Lisboa afirmou esta sexta-feira que a direcção nacional do PSD apoiou «inteiramente» a decisão do vice-presidente de se manter em funções, apesar da acusação de peculato pelo pagamento de prémios a administradores da EPUL.

Em declarações aos jornalistas nos Paços do Concelho, Carmona Rodrigues explicou que quinta-feira à noite, antes de o vice-presidente dar a conferência de imprensa em que anunciou que iria manter-se no cargo, o assunto foi debatido com a «direcção nacional do partido, que o apoiou inteiramente na sua determinação de continuar nas suas funções».

No entanto, a Lusa avança que a comissão permanente social-democrata está reunida com a líder do PSD/Lisboa e presidente da Assembleia Municipal da capital, para ponderar a eventual retirada de confiança política ao vice-presidente da autarquia lisboeta.

Na reunião estão presentes, além do líder do PSD, Luís Marques Mendes e da presidente do PSD/Lisboa, Paula Teixeira da Cruz, o secretário-geral do partido, Miguel Macedo, o líder da bancada parlamentar, Luís Marques Guedes, e os vice-presidentes Azevedo Soares e Luís Paes Antunes.

Nogueira Pinto retira confiança política a Carmona

Para já, Carmona Rodrigues já perdeu o apoio e a confiança política de Maria José Nogueira Pinto. Em declarações à TSF considerou que «do ponto de vista político Carmona Rodrigues não tem condições para continuar», nomeadamente, devido à desvalorização da gravidade da situação.

Aos jornalistas, Carmona Rodrigues sublinhou ainda que a acusação a Fontão de Carvalho não tem a ver com o caso Bragaparques, mas com a atribuição de prémios a administradores da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL). Prémios esses que Fontão de Carvalho pediu que fossem devolvidos. Por essa razão, explica, «não há razão para esta vontade que parece existir para Fontão de carvalho suspender o mandato».

«Há que relativizar as coisas. Há que assegurar a governabilidade da Câmara», disse, acrescentando que a suspensão do mandato da vereadora Gabriela Seara, arguida no caso Bragaparques, deu-se em circunstâncias diferentes.

Confrontado com a norma do líder do PSD, Marques Mendes, segundo a qual os autarcas arguidos não devem manter-se em funções, Carmona respondeu que «as generalizações são sempre perigosas».

Eleições intercalares fora de hipótese

Carmona Rodrigues acrescentou ainda outra ideia para rebater os argumentos dos que defendem a suspensão do mandato e a realização de eleições intercalares, como é o caso do vereador do Bloco de Esquerda: «Se todos os autarcas deste país que fossem arguidos suspendessem o mandato, o país não estava a funcionar».