PS reforça maioria nos Açores - TVI

PS reforça maioria nos Açores

Carlos César em campanha

PSD e PS vão continuar a governar com maioria absoluta na Madeira e nos Açores, respectivamente, após as eleições regionais de domingo que ditaram uma derrota da coligação PSD/CDS e a demissão do líder social-democrata açoriano.

Nos Açores, o PS de Carlos César reforçou a maioria absoluta e passou de 49 para 57 por cento dos votos.

Dos 52 deputados do parlamento açoriano, 31 são socialistas (mais um do que em 2000), enquanto a coligação PSD/CDS ficará com 21 deputados (36,8 por cento), mais um do que os dois partidos tinham na actual legislatura.

Nos últimos dias de campanha eleitoral, aumentara a expectativa quanto aos resultados das regionais açorianas e esperava-se uma disputa de votos renhida entre a Coligação Açores protagonizada pelo social-democrata Victor Cruz e os socialistas de César.

O resultado da CDU constituiu outra surpresa da noite eleitoral açoriana. A coligação liderada pelos comunistas perdeu os dois deputados que tinha no parlamento insular.

No parlamento da cidade da Horta apenas ficaram PS, PSD e CDS, os três partidos que ali tiveram assento pela primeira vez em 1976, quando este órgão do poder autónomo foi constituído.

Na Madeira, sem surpresas, Alberto João Jardim, ganhou com nova maioria absoluta, apesar de perder dois pontos percentuais, e vai entrar no seu oitavo mandato, contando já 26 anos de poder.

Mas, no arquipélago madeirense, o PS, liderado por Jacinto Serrão, conseguiu uma votação acima do habitual, tendo aumentado sete pontos percentuais em relação às últimas regionais.

O PSD fica com 44 deputados (tinha 41) na Assembleia Legislativa Regional, o PS com 19 (tinha 13), a CDU manteve dois e o BE, que sucedeu à UDP na Região, perdeu um mandato e ficou com um representante.

O CDS/PP perdeu votos na Madeira e passou de três deputados para dois, o que levou o líder regional, José Manuel Rodrigues, a colocar o seu lugar à disposição dos órgãos regionais do partido.

Na Madeira, a representação da Assembleia Legislativa passou de 61 para 68 deputados.

O líder do PSD e primeiro-ministro, Santana Lopes, reconheceu o fracasso da coligação eleitoral açoriana, mas recusou, para já extrapolar os resultados para as legislativas nacionais de 2006.

"Pela segunda vez, tal como nas europeias, a coligação, de facto, não correu bem", admitiu Santana Lopes, que destacou a vitória madeirense de Jardim e o felicitou.

O CDS/PP, parceiro de coligação do PSD no Governo, também reconheceu, pela voz de Pires de Lima, que as eleições não correram bem para o partido tanto na Madeira como nos Açores.

O líder do PS, José Sócrates, saudou o "resultado histórico" dos socialistas nas duas regiões.

"O PS tem hoje, nos Açores e na Madeira, um resultado histórico.

Nas duas Regiões Autónomas, obteve os melhores resultados eleitorais de sempre", destacou.

"O PS sai destas eleições mais forte e a coligação PSD/CDS mais fraca", concluiu.

O secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, fez uma declaração ainda antes de serem conhecidos os resultados finais nos Açores, mas desde logo admitiu que o partido perderia a sua representação no parlamento regional, o que considerou "um factor marcadamente negativo".

Carvalhas, que deixará a liderança do PCP dentro de um mês, destacou ainda o aumento de um por cento da CDU na Madeira.

A abstenção diminuiu cerca de dois pontos nos Açores (44 por cento) e aumentou um ponto na Madeira (39,6), a maior de sempre.
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