Milagres ou facilitismo? - TVI

Milagres ou facilitismo?

Milagres ou facilitismo?

Estamos a passar a ideia de que somos mesmo maus a matemática? Não pode ser! Há que baixar o nível de exigência. Vão ver que vai ser um fartote de boas notas

Uma alerta antes de começar a ler o texto: isto é um «Desce». Sim, podia ser um «Sobe», porque testes fáceis e boas notas é o que a malta quer. Pronto, também não podem ser muito boas, porque senão é só cromos, «nerds» e outras coisas um bocado foleiras. Mas sem confusões, isto é mesmo um «Desce».

Num País que quer ser competitivo, que sabe que só tem hipótese de vingar se optar pela qualidade e pela exigência, porque o barato vem de outros continentes, trocar as voltas a tudo isto e aparecer com o melhor sorriso do mundo deixa todos abismados.

Somos maus a matemática, não conseguimos ser bons sem colocar mais professores nas escolas para dar apoio e motivar para a disciplina (ou seja, sem gastar dinheiro)? E isso fica mal nas estatísticas? É feio?, piroso?, passa a ideia de que somos mesmo maus a matemática? Não pode ser! Há que baixar o nível de exigência e tornar os exames mais fáceis. Vão ver que vai ser um fartote de boas notas. E ficamos logo a saber muito de matemática. E se as perguntas forem fixes, nem precisamos de máquina de calcular, fazemos de cabeça. Ok, mas conferimos na máquina.

Acresce ainda que os conselhos executivos das escolas foram instados a ter cuidado na escolha dos professores que vão corrigir os exames: «Talvez fosse útil excluir de correctores aqueles professores que têm repetidamente classificações muito distantes da média». E porquê? Ora, porque os «alunos têm direito a ter sucesso». Está tudo dito.

Mais: quando são os próprios alunos a dizer que o exame foi demasiadamente fácil e que assim não se distingue os bons alunos dos médios e dos «positiva mesmo à tangente», ficamos a perceber que os estudantes sabem que quem se esforça não pode ser igual a quem não quer saber, nem faz ideias, mas tem umas noções.

O que vos posso dizer é que teremos, no futuro, um país de sucesso!!! E todos seremos doutores com excelentes notas.

Se calhar, isto devia ser um «Sobe»...
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