Chuva torrencial faz temer o pior - TVI

Chuva torrencial faz temer o pior

Centro de Pombal ficou inundado (Foto Paulo Cunha/Lusa)

Aguaceiros impedem limpeza em Pombal. Populações receiam nova inundação. Prejuízo da câmara ultrapassa cinco milhões, mas ainda há centenas de casas danificadas. Cenário podia ter sido mais negro

Os aguaceiros que se fazem sentir cidade de Pombal estão a dificultar as operações de limpeza. O mau tempo atingiu a cidade durante a madrugada de quarta-feira inundado casas, edifícios municipais e estabelecimentos comerciais. O centro de Pombal transformou-se num «escoadouro gigante», onde desaguavam árvores secas, pedras da calçada, bancos de pedra e até algumas viaturas que não resistiam à força da corrente.

Durante o dia de quarta-feira, a chuva deu tréguas aos pombalenses e permitiu avançar com operações de limpeza, contudo, «esta manhã a chuva torrencial deve obrigar-nos a adiar os trabalhos», disse ao PortugaDiário o presidente da autarquia, Narciso Mota.

«Com as margens do rio danificadas» e ainda muito por limpar, o autarca teme que «possa haver nova inundação». «Era terrível se a uma tragédia se seguisse outra», afirmou.

Autarquia com prejuízo de mais de cinco milhões

O dia de quarta-feira serviu ainda para o autarca avaliar os estragos que a intempérie causou no concelho. Só em edifícios e infra-estruturas municipais «o prejuízo ultrapassa os cinco milhões de euros», afirmou o autarca que ressalvou que este é um «balanço feito por baixo».

Mas há ainda a contabilizar «estragos em centenas de casas, hipermercados, hotéis, centros comerciais e uma vida humana a lamentar», explicou Narciso Mota. Ainda assim, o autarca vê a «catástrofe» por uma prisma positivo: «Deus esteve do nosso lado, porque se a tromba de água fosse de dia, o balanço era muito pior». O responsável explicou que «a força da água era tanta que levava tudo à frente. Se fosse de dia, poderia haver pessoas acidentadas e até mais mortes».

Reparações são prioridade

Para reparar tudo o que o mau tempo estragou, vai ser necessário alterar o orçamento camarário. O autarca explicou que «há coisas que vão ter de ficar por fazer porque a prioridade agora é reparar o que ficou danificado». Entre as infraestruturas que sofreram com a intempérie estão a biblioteca municipal, as piscinas camarárias, o pavilhão gimnodesportivo e a Etar.

O presidente disse ainda que a câmara vai tentar «contrair um empréstimo, se puder» para poder custear as obras.

«Eu sei que o país está sem dinheiro», afirmou Narciso Mota, por isso, ao Governo não pede ajuda financeira, apenas, uma postura legislativa que permita, por exemplo, «realizar estas obras sem concurso público, mas não atrasar ainda mais a reparação dos danos».
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