Mário Crespo apela a reflexão no Parlamento - TVI

Mário Crespo apela a reflexão no Parlamento

Mário Crespo

Jornalista da SIC vai ser o primeiro a ser ouvido esta quarta-feira numa lista de 25 pessoas

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O jornalista Mário Crespo defendeu esta terça-feira que o país não pode tolerar que o clima de censura nos media seja «uma coisa normal» e afirmou que o Parlamento é o local ideal para uma reflexão sobre o tema.

«Não pode sequer haver uma tolerância para que este clima se deixe estabelecer como sendo uma coisa normal», alertou o jornalista. Mário Crespo foi recentemente alvo de grande visibilidade mediática, a propósito de alegadas intromissões do Governo para o silenciar, considerando que «estamos a ser confrontados com casos objectivos, muito claros, muito inequívocos, que exigem uma reflexão pelas autoridades. E eu acho que o Parlamento é o fórum adequado para essa reflexão», lembrou.

As declarações surgem um dia antes de Mário Crespo ser ouvido pela comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura, em resultado das notícias divulgadas pelo semanário «Sol» sobre um alegado plano do Governo para tentar controlar a comunicação social.

O jornalista da SIC espera mais do que um «inquérito sem consequências», porque diz confiar nas instituições e espera «que elas se pronunciem a tempo. A tempo de evitar que se crie no país uma habituação a estas práticas censórias. Nós vivemos duas no curto espaço de uma semana. É demais», disse.

De referir que depois de o «Jornal de Notícias» ter recusado um artigo escrito pelo jornalista na sua coluna semanal, sobre alegados comentários depreciativos por parte de alguns membros do Governo sobre Mário Crespo, classificando-o como um problema, também o semanário «Sol» foi alvo de uma providência cautelar para impedir a publicação de escutas que envolvessem um administrador da PT, Rui Pedro Soares, em relação ao processo «Face Oculta».

«O que aconteceu no [jornal] «Sol» não é nada normal. O que aconteceu à minha crónica não é nada normal. O que aconteceu na TVI não é nada normal. O que aconteceu no «Público» não é normal. É preciso interpelar isto de frente, sem medos, porque não há que ter medos», frisou.

As 25 audições que se iniciam esta quarta-feira, no Parlamento, vão ter também em linha em conta os investimentos do Estado nos jornais nacionais e a suspensão do «Jornal Nacional de Sexta» de Manuela Moura Guedes, em Setembro passado, um dia antes de ser divulgado mais um episódio do caso Freeport, e que levou à demissão da direcção de Informação da TVI.
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