Sonae deve considerar venda de activos no Brasil se tiver boa proposta - TVI

Sonae deve considerar venda de activos no Brasil se tiver boa proposta

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A Sonae pode vender os activos que possui no Brasil no sector de distribuição, no caso de aparecer uma oferta interessante. Esta é a opinião dos analistas contactados pela Agência Financeira.

Depois da rede de distribuição brasileira Condor ter demonstrado interesse na aquisição dos activos da Sonae no Estado brasileiro do Paraná, agora foi a vez do grupo francês Carrefour.

Ainda que a Sonae reitere que esses activos não estão à venda, os analistas consideram positivo uma eventual venda, mas frisam que vai depender do valor do negócio.

«A Sonae não confirmou o interesse em vender, mas acreditamos que se for apresentada uma oferta interessante, a mesma pode considerar a venda», afirma a Espírito Santo Research (ESR), no Iberian Daily. A mesma opinião foi expressa por Nuno Vieira, do Millennium bcp investimento, à Agência Financeira. «É provável que a Sonae admita a venda dos activos no Brasil a prazo», disse.

O analista considera «potencialmente positivo uma saída da Sonae do Brasil, pois ainda que esteja próxima do auto-financiamento, «as vendas são relativamente baixas face ao potencial das lojas e quanto comparadas com os outros players brasileiros.» Por outro lado, «não é razoável manter capital investido no Brasil, quando o retorno não é favorável, a menos que se espera que esse retorno possa melhorar a prazo», salientou Nuno Vieira.

Mas a concretização do negócio «vai depender do valor.» O bcp investimento avalia os activos brasileiros da Sonae em 348 milhões de euros, ou seja, tendo em conta uma Enterprise Value/Sales de 40%. «Mas ainda que o valor correspondesse a 30% das vendas, era natural que o impacto fosse positivo na cotação, na medida em que as últimas transacções têm sido feitas com esses múltiplos», ao mesmo tempo que «a Sonae resolveria o tema da distribuição no Brasil», sublinhou o analista.

Por outro lado, o Carrefour teria interesse neste negócio, dado que iria resolver a sua presença na Modelo Continente (onde detém 20%). Por vários anos, o Carrefour tem permanecido accionista na Modelo Continente, com uma relação não amigável com a Sonae», acrescenta a Espírito Santo.

O grupo liderado por Belmiro de Azevedo possui cerca de 150 lojas no Brasil, na sua maioria situadas nos Estados do Sul do Paraná, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Este interesse serviu de motor catalisar para o título da Sonae SGPS quebrar a resistência nos 85 cêntimos, com volume acima da média diária. «A sessão de quarta-feira será importante para ver qual a direcção que o título irá tomar», afirmou um analista técnico à Agência Financeira. A próxima resistência situa-se nos 88 cêntimos, podendo atingir os 92 cêntimos.
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