Crise no sector financeiro arrasta bolsas mundiais para o descalabro - TVI

Crise no sector financeiro arrasta bolsas mundiais para o descalabro

Bolsas mundiais voltaram às perdas

Acção dos Governos e bancos centrais parece estar a ser insuficiente

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As bolsas mundiais registaram esta segunda-feira fortes quedas, reflexo das tensões e dificuldades cada vez mais evidenciadas pelo sector financeiro. Depois de várias falências e nacionalizações, os investidores temem que mais entidades do sector se aproximem da bancarrota.

Dos EUA à Europa, as fortes descidas dos índices bolsistas reflectem a falta de confiança dos investidores, mesmo depois de os EUA terem apresentado o seu plano para tentar resgatar os mercados e de o presidente norte-americano, George W. Bush, ter proferido um discurso de esperança e optimismo.

O MSCI All-Country World Índex, que reflecte a tendência dos mercados um pouco por todo o Mundo, concentrando títulos de 48 países, apresentou a maior queda da última década, tendo chegado a perder 4,4%.

Europa mergulhada em maré negra e Lisboa arrastada na onda

Na Europa, o Stoxx 600 esteve a perder perto de 5%, o AEX, de Amsterdão, registou uma das maiores quedas do Velho Continente, devido à descida do Fortis, que teve de ser socorrido pelos bancos centrais da Holanda, Bélgica e Luxemburgo, com uma injecção de 11,2 mil milhões de euros no seu capital. O índice holandês baixou 7,48%. O banco caiu mais de 19%.

Na vizinha Espanha, a crise também se reflectiu, com o Ibex a perder 3,88%. O Abbey National, uma filial a 100% do Santander, acabou por adquirir os depósitos e os canais de distribuição do britânico Bradford & Bingley (B&B), parcialmente nacionalizado. A praça londrina caiu 5,08%, a parisiense 4,68% e a de Frankfurt 4,20%. O Governo alemão e alguns bancos privados vão oferecer uma garantia de 35 mil milhões de euros à segunda maior empresa de crédito hipotecário do país, a Hypo Real, para tentar evitar que esta entre em falência.

Outra das maiores descidas coube à Irlanda, onde a bolsa caiu12%.

Em Lisboa, o PSI20 não fugiu à tendência. A bolsa lisboeta cedeu 3,71%.

EUA: a raiz do mal

Nos EUA, as notícias não são melhores. O Citigroup comprou o Wachovia no dia em que é aprovado o plano Paulson, no valor de 700 mil milhões de dólares, destinado a ajudar o sistema financeiro. O Dow Jones cede 2,47%, o Nasdaq 4,62% e o S&P 3,77%.

A situação obrigou os bancos centrais a medidas excepcionais para evitar o sufoco do sector bancário. Os bancos estão cada vez mais com dificuldades em conseguirem financiamento entre os seus pares. Por isso mesmo, têm-se multiplicado as injecções de liquidez por parte das entidades monetárias. O BCE, por exemplo, emprestou esta segunda-feira mais 120 mil milhões de euros aos bancos através de um leilão especial. As taxas de juro comerciais (Euribor), que são também taxas de referência para os empréstimos interbancários, têm registado sucessivos máximos. O mais recente foi atingido esta segunda-feira.

Divisas e matérias-primas também sofrem

O mercado cambial tem-se ressentido também da situação, com o euro e a libra a registarem quedas acentuadas. A moeda única está um pouco abaixo dos 1,44 dólares e a libra está em mínimos de 15 anos face ao dólar.

No que toca às matérias-primas, o dia também foi marcado pelas descidas, com o petróleo a negociar em Londres abaixo dos 98 dólares e em Nova Iorque pouco acima dos 100 dólares.
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