Posse de Obama foi desilusão para bolsas

A tomada de posse de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos não teve o efeito esperado nos mercados financeiros.

Apesar da subida imediata dos índices norte-americanos, o Millennium Investment Banking refere, no seu comentário semanal, que «a investidura de Obama não inspirou os mercados».

As razões, sublinhadas no referido «research», prendem-se com a «ausência de novidades de política económica no discurso de investidura do novo presidente», com a incerteza quanto ao sucesso dos estímulos anunciados e os maus resultados das grandes empresas no último trimestre de 2008.

O Millennium Investment Banking refere inclusivamente que há novos riscos no sector bancário: após a injecção de 20 mil milhões de dólares e a concessão de um seguro contra perdas do Tesouro no Bank of América, o tesouro britânico teve de aumentar a sua participação no banco RBS para 68 por cento do seu capital.

Por outro lado, a «gravidade da situação económica britânica» ficou patente na anunciada queda trimestral de 1,5 do Produto Interno Bruto (PIB) do quatro trimestre de 2008. quebra

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«A severidade e abrangência da crise favorece o aparecimento de retóricas proteccionistas por parte dos governos, sobretudo os de países cujas moedas se encontram em trajectória de apreciação, devido ao efeito recessivo e deflacionista que tal fenómeno produz», refere a nota de análise assinada por José Maria Brandão de Brito.

O Millennium Investment Banking lembra ainda que a Administração Obama considerou a moeda chinesa subvalorizada.

Para os próximos dias, a nota de análise sublinha as primeiras estimativas do PIB do 4.º trimestre nos Estados Unidos: espera-se «a maior contracçãoda actividade desde 1982».

Já sobre a reunião da Reserva Federal (Fed), o Millennium Investment Banking fala da possibilidade de haver um anúncio de um programa de compra de dívida pública. Essa medida «deverá originar uma nova queda das yields de médio e longo prazo».