Rui Rio poderá ceder às condições do Governo

«Decidi disponibilizar-me para a assinatura de um acordo que acaba de vez com a falsa ideia de que todo o problema se reduz à linha da Boavista», admite o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, numa nota enviada esta sexta-feira às redacções.

Um jantar a realizar esta sexta-feira irá juntar o primeiro-ministro, José Sócrates, e os vários autarcas do Norte num hotel em Santo Tirso. Do jantar poderá sair o acordo final sobre a questão do Metro do Porto, mas o chefe do Governo só deverá divulgar o resultado da reunião numa viagem de metro entre a Senhora da Hora e o Aeroporto, no Sábado.

No documento escrito por Rio, o autarca lamenta que nos últimos dias algumas notícias tenham dado a ideia de que só «não haverá acordo entre o Governo e a Área Metropolitana sobre o Metro do Porto», devido à sua «persistência na construção da linha da Boavista». Rio critica ainda o facto de ter sido veiculado que «à excepção» dele «todos os demais presidentes de Câmara já teriam conseguido um acordo com o Governo para as linhas que dizem directamente respeito aos seus concelhos».

Críticas servem «interesses partidários»

«Insistem nessa ideia com o mero intuito de servir interesses partidários - em lugar de manter como preocupação central a defesa da região em geral e do Metro do Porto, em particular», acusa o edil que se coíbe de apontar a suposta «mesquinha preocupação que visa reduzi a questão do desenvolvimento do Metro do Porto à linha da Boavista» para o tentar «responsabilizar politicamente por uma eventual ruptura entre a JPM e o Governo.

Rio quer manter maioria da JMP na Administração da Metro do Porto

Na reunião da JMP na quinta-feira, Rio disponibilizou-se para assinar um acordo em que se mantenha a actual maioria de capital social e mantenha nas mãos da JMP, a linha de Gondomar e as extensões, em via dupla, à Trofa e a Laborim (V.N.Gaia) avancem, a linha da Boavista seja estudada em contraposição à nova linha entre a Senhora da Hora e o Hospital de S.João.

O autarca portuense quer ainda que seja formada uma equipa técnica com um elemento indicado por Mário Lino, um segundo pelo JMP e um terceiro de comum acordo.

Caso esse estudo volte a indicar, tal como os anteriores, a construção da Linha da Boavista, Rio quer que o Governo dê ordem para iniciar a sua execução depois das próximas eleições autárquicas. Se o pretendido for o projecto da linha colocada agora em hipótese, «a sua execução deve começar o mais depressa possível», frisa.

Se nem para esse acordo houver entendimento, Rio considera provado «quais são as prioridades que foram sendo colocadas em primeiro lugar durante os últimos dois anos, por cada um dos intervenientes».