BIC Portugal já tem autorização do BdP para iniciar actividade - TVI

BIC Portugal já tem autorização do BdP para iniciar actividade

Mira Amaral

O banco BIC Portugal, de capitais maioritariamente angolanos, já recebeu autorização do Banco de Portugal para iniciar a sua actividade.

«Já recebemos a autorização do Banco de Portugal», afirmou uma fonte ligada ao processo de criação daquele que será o primeiro banco português com capitais maioritariamente angolanos, avança a «Lusa».

O novo banco, que será presidido pelo ex-ministro português Luís Mira Amaral, vai ter uma estrutura accionista idêntica à do banco BIC de Angola, que iniciou a sua actividade em Maio de 2005 e já se tornou numa das maiores instituições bancárias do país.

Assim, os maiores accionistas do BIC Portugal serão o empresário português Américo Amorim, com 25%, e a Sociedade de Participações Financeiras (SPF), da empresária angolana Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, que também terá 25%.

Fernando Teles, presidente do BIC, terá uma participação de 20% no BIC Portugal, que terá ainda como accionista de referência o empresário luso-brasileiro José Ruas, com 10%.

O restante capital será dividido por vários accionistas angolanos, cada um com uma participação de 5%.

Neste grupo de accionistas encontra-se Sebastião Lavrador, ex-governador do Banco Nacional de Angola.

Em declarações segunda-feira à «Lusa», em Luanda, quando ainda não era conhecida a decisão do Banco de Portugal, Mira Amaral afirmara esperar que o BIC Portugal pudesse iniciar a actividade nos primeiros meses de 2008.

A nova instituição já possui instalações na capital portuguesa, na zona do Marquês de Pombal, devendo alargar a sua actividade posteriormente ao Porto.

O BIC Portugal, segundo Mira Amaral, «não será um banco de retalho», assumindo-se como um pequeno banco grossista que orientará a sua actividade para o apoio a empresários angolanos que pretendam instalar-se na Europa e a empresários portugueses com interesses em Angola.

A gestão de activos financeiros angolanos no continente europeu e a intermediação financeira de fluxos entre Angola e Portugal são outras áreas onde o banco pretende intervir.

«É um banco que vai nascer muito ligado à operação que o BIC tem em Angola», frisou Mira Amaral, salientando que o novo banco pretende assumir um papel importante no «fortalecimento e desenvolvimento das relações económicas entre Portugal e Angola».
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