O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, assegurou esta sexta-feira ser sua obrigação «pôr as mãos no fogo» pelos seus antecessores no âmbito dos polémicos voos da CIA, enquanto não existirem provas que indiquem cumplicidade com actividades ilegais.
Amado reagiu assim a uma provocação do Bloco de Esquerda (BE), numa audição conjunta das comissões parlamentares de Assuntos Constitucionais e Negócios Estrangeiros, na Assembleia da República (AR).
«O Governo e o MNE conseguem pôr as mãos no fogo, pelos anteriores governos que integravam Paulo Porto?», questionou o deputado do BE, Fernando Rosas, num requerimento entregue sexta-feira na AR que conta com 30 questões.
Contudo, o ministro frisou que «não é responsabilidade de um Governo fiscalizar os anteriores», mas tendo conhecimento de uma possível ilegalidade tinha a obrigação de comunica-la ao Ministério Público.
«Não andei a abrir baús à procura»
«Não encontrei nenhum elemento e por isso não fiz nenhuma participação, mas também não andei a abrir baús à procura, Não é essa a função de um membro do Governo», salienta Amado que se mostrou razoavelmente satisfeito com a versão final do relatório da comissão temporária do Parlamento Europeu sobre os voos da CIA, aprovado quarta-feira com 382 votos a favor, 256 contra e 74 abstenções.
O relatório reconhece a colaboração do Governo português e «não evidencia» a ocorrência de «qualquer ilegalidade em território» nacional, frisa Amado dizendo que o documento «apenas aponta suspeitas e indícios».
CIA: Amado põe «mãos no fogo» por antecessores
- Portugal Diário
- 16 mar 2007, 16:23
MNE não encontrou provas de cumplicidade portuguesa, mas também não as procurou
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