«Pessoa», o primeiro tema, introduz sempre a banda da melhor forma com o anúncio «Lisboa menina e moça...macaca», entre referências à cidade e a Fernando Pessoa numa base de percussão a remeter para o som popular.
«Isto é MDC» anunciavam logo de seguida, com a mesma garra com que mergulharam em «Plutão» ou «Farix», uma viagem ao Faroeste. Seguidamente, «Saudade» fez com que os membros apelassem a um tema tão português quanto a guitarra de Tiago Morna na sua música.
Ainda pelas paragens de Portugal, seguiu-se para a Amadora, com «Rolling na Reboleira» e mergulhou-se na memória colectiva do nosso povo ao ser entoada «Machada» que contou com um momento de dança frenética no fim.
Foi desta maneira que os Macacos do Chinês se esforçaram para proporcionar um aquecimento apropriado à banda electro rock que surgiria de seguida em palco. Assim e depois de tocarem «Antipático», a evocação de «Gypsy Woman» de Crystal Waters pareceu ser a escolha indicada.
«Fala Bem» ficou para o fim assim como «Babilónia» que apresentou os versos de «I Like to move it» integrados.
O palco ficou vazio mostrando dessa forma letras grandes a dizer «Hadouken!». No público, muitos jovens de visuais bastante demarcados preparavam-se para o «moche» que aí vinha.
Assim que a banda apareceu à vista de todos, a animação transformou-se na ordem da casa. Casa esta que foi bem preenchida pela prestação de James Smith, que segundo os seus fãs é o vocalista perfeito.
Louro, de inclinações «Shoegaze» ao vivo, James encheu as medidas da sala da discoteca Gossip, não parando de apelar ao público. «Vamos fazer a parede da morte», pediu.
Tendo «For The Masses» como trabalho recente, começaram com «Rebirth», passando por «Ugly» e «Mic Check». «Who is ready to get mad?» foi uma das suas questões, com resposta ilustrada na recepção geral positiva do concerto, em que nem a cover de «Song 2» dos Blur falhou.
Com guitarras envolvidas na potência máxima do electro, os Hadouken! apresentaram uma postura rock n roll: «Tudo o que pensávamos que ia correr mal, já correu», referiu o guitarrista em relação a imprevistos em palco.
Ainda assim, segundo o vocalista, o melhor estaria para vir com «Turn The Lights Out», que teve lugar antes de «Lost». Os encores ficaram excluídos mas os fãs não hesitaram em afirmar que foi um concerto a repetir.
Muitos ficaram à porta da discoteca Gossip várias horas, havendo até quem conseguisse conhecer a banda. A disposição era a melhor, num ambiente jovem e ajudado pela música de um DJ de serviço.
No final nem todos puderam entrar, mas o conceito dos Optimus Secret Shows é mesmo esse - fazer de tudo para assegurar um lugar.
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