Entrevista: Mão Morta regressam ao rock com «Pesadelo em Peluche» - TVI

Entrevista: Mão Morta regressam ao rock com «Pesadelo em Peluche»

Adolfo Luxúria Canibal fala sobre o novo álbum, recorda os momentos altos de 25 anos de carreira e promete documentário até ao final do ano

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A celebrarem 25 anos de carreira, os Mão Morta acabam de lançar um novo álbum de estúdio. A influência da comunicação de massas no indivíduo é o tema central de «Pesadelo em Peluche», disco baseado no livro «A Feira das Atrocidades», do inglês J.G. Ballard.

Na segunda faixa, «Teoria da Conspiração» recupera um assunto bem recente no quotidiano de todos, o surto de Gripe A.

«Esta comunicação de informação, desinformação e contra-informação faz parte da linguagem de massas. O tema não é específico, é sobre uma coisa que é constante, mas é muito próximo da epidemia da gripe. Podia ser jogado de uma forma sub-reptícia com isso», explicou, ao IOL Música, Adolfo Luxúria Canibal, para quem o episódio em volta do vírus H1N1 apenas serviu para alguém «ganhar dinheiro».

«"Como Um Vampiro" chamava a figura de Fernando Ribeiro»

Num trabalho que marca o regresso dos Mão Morta ao rock, com canções curtas e uma sonoridade mais crua do que o elaborado Maldoror, a banda bracarense apresenta 12 novos temas. Fernando Ribeiro, dos Moonspell, é o convidado especial em «Como Um Vampiro».

«Aquela música chamava directamente quer a voz, quer a figura do Fernando Ribeiro. Como há uma relação de proximidade, telefonámos-lhe e ele disse imediatamente que sim mesmo antes de conhecer o tema. E estamos muito contentes com o resultado final», contou o vocalista dos Mão Morta.

Momentos marcantes em 25 anos de carreira

A participação no Rock Rendez-Vous, o concerto de destruição do Theatro Circo em Braga e a estreia do espectáculo «Müller no Hotel Hessischer Hof» são momentos marcantes apontados por Adolfo Luxúria Canibal ao longo deste quarto de século de actividade dos Mão Morta. Na memória da banda fica ainda um concerto bem peculiar durante um festival em Itália.

«Foi estranhíssimo. Era um dia de muito calor, num palco ao ar livre e com um relvado à frente perfeitamente vazio porque estava ao sol. As pessoas estavam abrigadas na sombra, longíssimo do palco. As bandas que tocaram antes de nós não conseguiam agregar ninguém à frente do palco e nós começámos a tocar e as pessoas começaram a levantar-se e a aproximar-se», recordou.

«Quando acabámos o concerto, tínhamos todo o espaço à nossa frente completamente preenchido. Mas sentimos aquilo segundo a segundo: o esforço, o entusiasmo a crescer. Foi uma sensação indescritível, nunca mais tivemos uma coisa dessas.»

Documentário nos cinemas até ao final do ano

Com a reedição dos quatro primeiros álbuns e o lançamento do novo registo de originais, os Mão Morta preparam agora a nova digressão de promoção a «Pesadelo em Peluche». No entanto, as comemorações não deverão ficar apenas por aqui e o grupo planeia ainda estrear um documentário no final do ano.

«Não propriamente um documentário cronológico, que conte a história dos Mão Morta, mas um documentário que conte histórias baseadas na história dos Mão Morta. A intenção original é que seja lançado em DVD, mas também que possa passar em salas de cinema», adiantou Adolfo.

Concerto em Lisboa com Fernando Ribeiro

O Coliseu dos Recreios, em Lisboa, recebe os Mão Morta já no próximo dia 29 de Abril. Um concerto de apresentação dos novos temas e que contará com a participação de Fernando Ribeiro.

Vê aqui o vídeo da entrevista a Adolfo Luxúria Canibal:



O videoclip de «Novelos da Paixão»

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