Deolinda «de faca e alguidar» em Amesterdão - TVI

Deolinda «de faca e alguidar» em Amesterdão

Banda actua ainda na Alemanha, onde tem quatro concertos agendados

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Os Deolinda actuam terça-feira no Melkweg, em Amesterdão, primeiro palco da digressão europeia que os levará ainda este mês a quatro cidades alemãs.

Os Deolinda, que se estrearam o ano passado com o álbum «Canção ao lado», já duplo platina, são constituídos por Ana Bacalhau (ex-Lupanar),voz, Pedro Martins e o irmão Luís Martins nas guitarras clássicas, e José Pedro Leitão (também ex-Lupanar) no contrabaixo.

«Este é o primeiro passo da internacionalização do grupo», disse à Lusa fonte da discográfica.

Depois da capital holandesa, os Deolinda partem para Alemanha, actuando na quinta-feira e no sábado no Kulturbrauerei, em Berlim, e seguindo depois para Bona, onde cantam domingo no Harmonie.

Esta digressão encerra em Hamburgo na Fabrik, mas o grupo tem previsto cantar o «Fado do Toninho» e outras composições, já em Maio, no Auditorium Parco della Musica. Paris, Madrid e Londres são outras capitais na agenda deste ano do grupo.

Os Deolinda surgiram há cerca de três anos em Lisboa, quando Pedro Martins mostrou a Ana Bacalhau três músicas que tinha composto: «Não sei falar de amor», «Fado não é mau» e «Ai rapaz».

«Ouviu as músicas que fiz, cantou-as e ficaram logo tão bem na voz dela que nasceram ali os Deolinda», disse à Lusa o músico, guitarrista e autor de todas as músicas desta formação.

A música dos Deolinda soa a fado, mas não o é, no quarteto não há guitarra portuguesa, a estrutura das músicas não obedece aos padrões melódicos do fado, nem tão pouco as letras, embora o universo seja de amores marialvas e às vezes até «de faca e alguidar», mas num tom divertido.

Apesar das aproximações ao fado, os Deolinda querem «cantar a tristeza rindo», com canções garridas e humoradas que propõem a dança.

«Gosto de dizer que Deolinda fazem música popular portuguesa onde cabe tudo, de Zeca Afonso a Variações», disse Pedro Martins, que afirmou incluir o fado de Camané ou de Maria Teresa de Noronha na sua dieta musical.

A própria imagem gráfica do álbum, desenhada pelo ilustrador João Fazenda, revela o retrato da família musical e cultural dos Deolinda: Santo António, António Variações, Amália Rodrigues, Carlos Paredes, Alfredo Marceneiro, Sérgio Godinho.
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