Pussy Riot condenadas a dois anos de prisão - TVI

Pussy Riot condenadas a dois anos de prisão

Tribunal de Moscovo considerou as três mulheres «culpadas de vandalismo motivado por ódio religioso»

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[notícia atualizada às 14h56]

O tribunal de Khamovnichesky, em Moscovo, considerou «culpadas» as três integrantes da banda punk Pussy Riot e condenou cada uma a dois anos de prisão, noticia a agência AFP.

Num longo veredito lido durante quase três horas, a juíza Marina Syrova declarou que Nadezhda Tolokonnikova (22 anos), Maria Alyokhina (24) e Yekaterina Samutsevich (29) praticaram atos de «vandalismo» motivados por «ódio religioso» ao manifestarem-se na maior catedral ortodoxa de Moscovo em fevereiro.

Na leitura da sentença, a juíza frisou que as três Pussy Riot «cometeram distúrbios graves na ordem pública, motivados pelo ódio religioso» e que foram autoras de «atos provocadores e insultuosos dentro de um edifício religioso». As três mulheres «não mostraram arrependimento» e «ofenderam os sentimentos das pessoas de fé», acrescentou.

O tribunal enumerou as três principais razões para a condenação: «a escolha do local e o timing do protesto»; «a não interrupção da performance na igreja e a resistência à ação dos seguranças»; «a conduta das réus e dos seus cúmplices desde então».

Tolokonnikova, Alyokhina e Samutsevich estiveram algemadas durante a leitura do veredito, apesar de confinadas a uma cela de vidro protegida por vários guardas. As três mulheres riram-se durante algumas das passagens da sentença e chegaram mesmo a entoar a canção que ecoou na catedral de Moscovo em fevereiro: «O patriarca acredita em Putin, mas devia era acreditar em Deus».

Segundo a agência Interfax, cerca de 400 pessoas manifestaram-se contra o julgamento das Pussy Riot à porta do tribunal. A polícia deteve 20 manifestantes, entre eles o líder de um dos partidos de oposição ao governo de Vladimir Putin, Sergey Udaltsov, e o antigo campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov.

As três mulheres, presas há cinco meses, sempre reclamaram inocência em relação às acusações de incitamento ao ódio contra a igreja ortodoxa, defendendo que o seu protesto não foi religioso, mas sim político - uma crítica ao apoio do cardeal Kiril à reeleição de Putin. A Pussy Riot dizem que o julgamento não passa de uma tentativa do primeiro-ministro russo para silenciar os seus opositores.

A pena de dois anos de prisão será contada a partir do dia da detenção das Pussy Riot, 3 de março. Assim sendo, as três mulheres vão passar os próximos 19 meses atrás das grades.

A atuação das Pussy Riot que as levou à prisão:

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