Formados em 1992, na cidade californiana de Oakland, por Robb Flynn (voz e guitarra) e Adam Duce (baixo), os Machine Head passaram por vários altos e baixos ao longo da carreira. Foram considerados uma das melhores bandas de thrash metal de meados dos anos '90, mas acabaram por ser acusados de ceder ao estilo nu-metal no início do novo milénio.
Em 2003, o contrato com a Roadrunner Records terminou e os Machine Head ficaram sem editora, chegando-se a temer o fim da banda devido a problemas internos entre os membros. Foi precisamente nessa altura que o guitarrista Phil Demmel se juntou aos Machine Head, mesmo a tempo da gravação de «Through The Ashes Of Empires», disco que marcou o renascer da banda norte-americana.
O IOL Música esteve à conversa com Demmel, que de guitarra ao colo recordou os primeiros tempos nos Machine Head: «Acho que entrei na banda no momento certo. Eles estavam no ponto mais baixo da carreira (...) e eu entrei na altura em que eles estavam de rastos e fiz parte de todo o processo».
O último disco da banda dá pelo nome de «The Blackening» e é considerado por muitos o melhor trabalho dos Machine Head desde «Burn My Eyes» (1994). O novo registo valeu-lhes uma nomeação aos Grammy Awards deste ano pelo tema «Aesthetics of Hate», na categoria de Melhor Interpretação Metal.
A nomeação foi um verdadeiro marco na carreira dos Machine Head, mas Phil Demmel acabou por não poder festejar o feito. No dia a que se seguiu a notícia, o guitarrista veio a saber que o seu pai tinha falecido.
«Estavamos em Milão nessa noite. Tocámos uma música chamada "Descend The Shades Of Night" e eu acabei por desmaiar em palco. Foi mais ou menos na altura em que o meu pai morreu», contou Demmel, afirmando-se como uma pessoa espiritual e acreditando que o episódio foi uma despedida.
«Concertos em Portugal são dos melhores»
Na digressão de promoção a «The Blackening», os Machine Head actuaram em vários países pouco habituados a grandes concertos de metal. A passagem pela Índia, Israel e Emirados Árabes Unidos «foi espectacular», segundo Phil Demmel, apesar de o músico de 41 anos ter estado doente durante a toda a tournée.
Quanto aos fãs portugueses, o guitarrista dos Machine Head guarda as melhores recordações: «Lembro-me de os concertos em Portugal serem dos melhores das digressão europeias. É de loucos».
Vê aqui o vídeo da entrevista com Phil Demmel.