Sexo, vinho e rock n roll no último dia do Alive

Trinta mil pessoas (o registo mais baixo dos quatro dias de festival) estiveram este sábado no Optimus Alive'11, em Algés. No último dia do evento, e para além das promessas de bons concertos dos TV On The Radio, Foals, Orelha Negra e Linda Martini no Palco Super Bock, as atenções no Palco Optimus estiveram viradas principalmente para as actuações dos Kaiser Chiefs, Paramore e Jane's Addiction.

O tão falado palco principal, que desde a noite anterior passou a contar com duas gruas que aliviaram a carga da estrutura, foi aberto pelos rockers portugueses Lululemon, vencedores do concurso de bandas do festival.

Seguiram-se os britânicos White Lies, que, sem precisarem de comparações com os Interpol ou Editors, vão ganhando cada vez mais fãs em Portugal com canções como «To Lose My Life» e «Bigger Than Us».

Kaiser Chiefs com tempo para tirar cervejas

Por volta das 20h30, o tornado Ricky Wilson varreu o festival. O vocalista dos Kaiser Chiefs voltou mais uma vez a mostrar que não há limites físicos nos concertos da banda inglesa e deu espectáculo dentro do próprio concerto que serviu de apresentação aos novos temas de «The Future Is Medieval».

As novas canções portaram-se bem ao vivo, casos de «Little Shocks» ou «Starts With Nothing», mas os eufóricos «Ruby», «I Predict A Riot» e «Never Miss A Beat», autênticos hinos feitos para galvanizar qualquer plateia, foram os tiros certeiros que colocaram o concerto na galeria dos melhores momentos do festival.

Na memória também ficará a corrida de Wilson até uma das bancas da Super Bock do lado direito do palco. O vocalista, que não parou quieto durante todo o concerto, resolveu saltar para fora dos limites do palco e entrou na banca para beber uma cerveja para espanto dos espectadores e dos vendedores.

Paramore sub-20

Depois dos My Chemical Romance e dos 30 Seconds To Mars nos dias anteriores, os também norte-americanos Paramore eram outra das bandas mais aguardadas pelo público mais jovem. A estreia da pequena Hayley Williams e da sua banda em Portugal correu sem grandes surpresas - fãs deliciados com cada movimento da menina de cabelo laranja e êxitos maiores (como «The Only Exception» e «Misery Business» cantados em uníssono.

Sexo,vinho tinto e rock 'n' roll

Com os adolescentes de saída, os trintões foram aproximando-se do Palco Optimus para outra estreia absoluta, mas desta vez de uma banda com mais anos de carreira do que a própria idade da líder dos Paramore. Os Jane's Addiction estão de volta aos palcos com os três principais elementos fundadores do grupo (Perry Farrell, Dave Navarro e Stephen Perkins) e viajaram até Algés para o único concerto na Europa nas próximas semanas.

«Sexo, vinho tinto e rock 'n' roll» é o lema adaptado que melhor servirá para descrever um concerto que incluiu dançarinas em lingerie (uma delas era mesmo a mulher de Farrell, Etty Lau), várias garrafas de tinto partilhadas com o público e algumas das canções que colocaram os Jane's Addiction na lista das mais conhecidas bandas de rock nos EUA.

«Been Caught Stealing», «Stop!» e «Mountain Song» animaram os festivaleiros com vontade de recordar outros tempos, mas a banda também quis mostrar o que aí vem no novo álbum (a editar nos próximos meses) com «End To The Lies».

Durante uma hora, o Alive regressou aos anos 1990, período áureo dos Jane's Addiction. Naturalmente houve quem não entendesse o sentido de um concerto com bailarinas suspensas na própria pele, beldades em danças eróticas e músicos em tronco nú, mas afinal tudo isso encaixa no que os Jane's Addiction foram e querem continuar a ser.

«Jane Says», o primeiro single da banda, lançado em 1988, fechou em versão acústica uma actuação curta mas que serviu para testar uma máquina que se quer bem oleada assim que o novo álbum sair para a estrada.

Para o ano há mais Optimus Alive nos dias 12, 13 e 14 de Julho.