Alive 2011: e o rock reinou ao segundo dia de festival - TVI

Alive 2011: e o rock reinou ao segundo dia de festival

Foo Fighters, Iggy & The Stooges, Xutos & Pontapés, My Chemical Romance e Jimmy Eat World brilharam no Palco Optimus num dia em que a guitarra triunfou sobre o computador

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«O rock não é feito com computadores, é feito por pessoas e instrumentos.» A frase foi proferida com orgulho por Dave Grohl esta quinta-feira no Optimus Alive'11, mas poderia muito bem ter saído da boca de qualquer outra banda que passou pelo palco principal neste segundo dia de festival.

Para além dos Foo Fighters, sem dúvida os mais esperados pelos cerca de 40 mil festivaleiros, passaram pelo Palco Optimus várias gerações de rockers. O público mais jovem recebeu com entusiasmo os Jimmy Eat World e os My Chemical Romance, que antes do pôr do sol foram animando as hostes com êxitos como «The Middle» e «Famous Last Words», respectivamente.

O regresso de Zé Pedro aos palcos

De rumor a certeza absoluta, o regresso de Zé Pedro aos palcos marcou inevitavelmente a história do concerto dos Xutos & Pontapés. O guitarrista foi submetido a um transplante de fígado há um mês, o que o tinha deixado de fora dos recentes espectáculos da banda.

Surgindo sozinho, Zé Pedro foi acarinhado pelas palmas dos milhares que se juntaram em frente ao palco. O músico agradeceu o apoio dos fãs, da banda e da sua noiva e deixou um obrigado especial a Tó Zé, o seu técnico pessoal que, até esta quinta-feira, o tinha substituído nos concertos.

Durante uma hora, os dinossauros do rock português desfilaram alguns dos seus maiores sucessos, de «À Minha Maneira» a «Não Sou o Único», passando por «Semen», tema com letra do falecido Zé Leonel e dedicado à sua memória (Zé Pedro também fez questão de lembrar Angélico).

Iggy & The Stooges: velhos são os trapos

Num dos melhores concertos da noite (e do festival), os Stooges de Iggy Pop provaram a velha máxima: «velhos são os trapos». Aos 64 anos, o eternamente jovem vocalista mostrou ter energia para dar e vender. Irrequieto e imprevisível, Iggy é uma fera de palco com chama suficiente para acender qualquer rastilho.

O recordar de clássicos do rock como «Raw Power», «I Wanna Be Your Dog» e «Search and Destroy» fez mais do que apenas puxar pela nostalgia. A máquina dos Stooges está bem oleada e só foi pena perceber que uma boa parte do público estava mais interessado em esperar pelos Foo Fighters do que em deixar-se levar pelo demónio de cabelos louros e tronco nu que corria, dançava e saltava em palco e junto dos fãs.

O final com «No Fun» poderá até ter sido uma indirecta dos Stooges para quem não quis entrar na festa, depois de Iggy Pop ter já exclamado: «Não somos uma banda de rock comercial!».

Foo Fighters não desiludiram

Perfeitamente confortáveis com a dimensão gigantesca que hoje em dia têm, os Foo Fighters cumpriram com o esperado. Mostraram que dominam os concertos em grandes festivais sem precisarem de truques cénicos nem fogos-de-artifício.

E quem diria há 20 anos que o baterista dos Nirvana iria um dia tornar-se num frontman capaz dominar plateias de milhares e milhares? Dave Grohl assumiu naturalmente a figura central do espectáculo, comunicando com o público frequentemente, como se falasse para meia dúzia de amigos.

À simpatia de Grohl e companhia juntaram-se um punhado de boas canções («The Pretender», «Learn To Fly», «Monkeywrench», «All My Life») e apresentaram-se novos temas capazes de perdurar em futuros alinhamentos, como «Rope», «Walk» ou «Bridge Burning» (perfeito para abrir concertos).

As duas horas e meia de espectáculo terão sido suficientes para agradar aos verdadeiros fãs, que há seis anos não viam os Foo Fighters em Portugal. Grohl prometeu voltar a cantar «Everlong» na próxima visita ao nosso país e a actuação fechou com o orelhudo single de 1997. E por uma noite não houve música feita por computadores no palco principal do Alive'11.
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